sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Sem proposta dos bancos, bancários deliberam sobre indicativo de greve no dia 28

Foto: Jailton Garcia/ Fetrafi-RS
          O Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban concluíram nesta quinta-feira, 16 de setembro, a quarta rodada de negociações da Campanha 2010. Até agora os bancos não apresentaram qualquer proposta para as principais reivindicações dos trabalhadores: reajuste de 11%, melhoria na Participação nos Lucros e Resultados (PLR), valorização dos pisos salariais, elevação dos auxílios refeição/alimentação e creche/babá, combate às metas abusivas, fim do assédio moral, plano de carreiras, cargos e salários em todos os bancos, proteção ao emprego, mais contratações, auxílio-educação e segurança contra assaltos.
          A próxima rodada de negociação será realizada na quarta-feira, 22 de setembro, quando os bancos apresentarão uma proposta global para a categoria. O Comando Nacional já decidiu orientar os sindicatos a realizarem assembléias no dia 28 para discutir e deliberar sobre a proposta que vier a ser apresentada pela Fenaban. Em caso de rejeição da proposta, a categoria poderá deflagrar greve a partir do dia 29 por tempo indeterminado.
          O diretor da Fetrafi-RS, Arnoni Hanke, enfatiza que chegou o momento dos sindicatos reforçarem a mobilização em suas bases. “Gostaríamos de ter recebido uma proposta da Fenaban esta semana, mas os bancos enrolaram e empurraram para a próxima rodada. Como sempre, no início da Campanha, a Fenaban tenta dar o seu tom às negociações. A categoria está consciente e irá à greve se for preciso para garantir uma proposta que contemple as reivindicações”.
          “Infelizmente a Fenaban está dando o ritmo ao calendário, buscando arrastar a nossa Campanha para coincidir com o pleito eleitoral”, acrescenta o presidente do SindBancários, Juberlei Baes Bacelo. Ele lembra que o sindicato promove assembleia unificada na terça-feira, dia 21, no Clube do Comércio, para discutir os rumos da Campanha Nacional.
          Resumo da rodada
          Nesta quinta-feira, as negociações com a Fenaban giraram em torno da PLR, dos auxílios-refeição e educação, cesta-alimentação, 13ª cesta-alimentação, auxílio-creche/babá, previdência complementar e 14º salário.
         PLR
         O Comando Nacional defendeu a reivindicação de três salários mais R$ 4 mil fixos de participação nos lucros e resultados. Os bancos disseram que não querem mexer na fórmula atual, que prevê a regra básica e uma parcela adicional, e apenas corrigir os valores.
         Auxílio-refeição e cesta-alimentação
        O Comando Nacional também insistiu nas reivindicações de elevação para um salário mínimo (R$ 510) os valores do auxílio-refeição, da cesta-alimentação e da 13ª cesta-alimentação, salientando que as verbas atuais são muito pequenas e insuficientes.
        Os representantes da Fenaban, no entanto, rejeitaram as demandas dos bancários e adiantaram que o reajuste desses auxílios acompanhará o mesmo índice de reajuste dos salários.
         Auxílio-creche/babá
          Em relação ao auxílio-creche/babá, os bancos não apenas rejeitam a reivindicação de elevação do valor para um salário mínimo (R$ 510), como querem reduzir a concessão dessa conquista dos atuais 6 anos e 11 meses para 5 anos e 11 meses, alegando que a lei de ensino fundamental reduziu a idade de ingresso escolar para 6 anos.
          O Comando Nacional defendeu a manutenção da período atual e reforçou a necessidade de aumentar o auxílio creche/babá, cujo valor atual não garante o pagamento da creche e o salário de uma babá.
         Auxílio-educação
        
Apesar da exigência cada vez maior de formação superior dos bancários, os representantes dos banqueiros se negaram a atender essa reivindicação, já conquistada em alguns bancos. Eles disseram que essa demanda deve ser tratada banco a banco.
        Intransigentes, eles ainda se recusaram a incluir uma cláusula sobre auxílio-educação na Convenção Coletiva para que essa demanda possa ser negociada banco a banco.
        Previdência complementar
        O Comando Nacional defendeu a criação de planos de previdência complementar em todos os bancos, como forma de garantir uma renda para os bancários na aposentadoria. Mas a Fenaban se recusou a discutir a proposta, preferindo remeter o tema para a negociação empresa a empresa.
         14º salário
         O Comando Nacional propôs a concessão de um 14º salário, como forma de melhorar a remuneração dos bancários, diante da evolução dos lucros dos bancos. Mas a Fenaban negou a reivindicação.
         Calendário de negociação e mobilização
         O Comando Nacional definiu um calendário, que combina negociação e mobilização, visando intensificar as atividades dos sindicatos e construir a unidade, a luta e a vitória dos bancários de bancos públicos e privados.
         Confira: 
              Terça - dia 21 - dia nacional de luta
             Quarta - dia 22 - negociação com a Fenaban
             Quinta - dia 23 - indicativo de negociações com os bancos públicos
             Terça - dia 28 - assembléias em todos os sindicatos
Fonte: Contraf/CUT com edição da Fetrafi-RS e SinBancários

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