quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Sem bancários e segurança, correspondentes crescem 70% em três anos

Divulgação
          O número de correspondentes bancários cresceu 70,6% em três anos, segundo dados do Banco Central (BC). A quantidade passou de 95.849, no final de 2007, quando a instituição começou a registrar os dados, para 163.569, em 1° de setembro deste ano.
           Correspondentes bancários são agências lotéricas, lojas e posto dos Correios autorizados pelo BC a fazer operações, como recepção e encaminhamento de propostas de abertura de contas e de pedidos de crédito e recebimentos de pagamentos, visando levar serviços bancários para locais onde não há agências.
          Essa função, entretanto, não é seguida ao pé da letra. Isso porque o estado com o maior número de correspondentes no Brasil (42.176) é São Paulo, onde já existem 6.633 agências. Já em Roraima, estado com apenas 24 agências, há apenas 218 correspondentes bancários. Ou seja, são 276 vezes mais agências e 193 vezes mais correspondentes em São Paulo. Todos os dados são do Banco Central. Importante citar, ainda, que a população paulista (cerca de 40 milhões) é aproximadamente de 100 vezes maior que a de Roraima (395 mil), segundo dados dos governos estaduais.
          "Os números mostram claramente que os banqueiros não usam os correspondentes com a função social de levar os serviços bancários para locais onde não há agências", afirma a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira. "Eles se aproveitam dos correspondentes para expandir ainda mais seus lucros às custas dos direitos dos trabalhadores, já que os funcionários das lotéricas e dos Correios não estão sob regime da Convenção Coletiva de Trabalho", completa.
          Os correspondentes são, assim, uma forma descarada de precarização do atendimento e do processo de bancarização, sem bancários e sem segurança, tirando empregos da categoria e colocando em risco a vida de trabalhadores e clientes. Só os bancos ganham. Perdem os bancários e a sociedade.
         O fim da precarização dos correspondentes é uma das reivindicações da Campanha Nacional dos Bancários 2010. O tema já foi debatido nas negociações sobre emprego, mas a Fenaban não apresentou proposta.
Fonte: Contraf-CUT com Seeb São Paulo e Agência Brasil

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