Foto: Contraf/CUT |
Frustrando as expectativas dos funcionários do Banco do Brasil, a empresa apenas se limitou, na segunda rodada de negociação específica realizada na sexta-feira, dia 17, em São Paulo, a debater todas as reivindicações da categoria e prometeu apresentar propostas na próxima reunião marcada para o dia 23.
Em uma longa reunião, de mais de três horas de duração, representantes da Contraf-CUT, da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB e do banco repassaram cada uma das cláusulas da minuta de reivindicações específicas da categoria.
A reunião começou com uma manifestação de protesto por parte do coordenador da Comissão de Empresa, Eduardo Araújo, em relação às informações de que o banco está alterando sua missão, com a retirada de menções aos funcionários e à sociedade. "O presidente do banco Aldemir Bendine já havia confirmado que o BB estava alterando a missão da empresa, mas nunca imaginávamos que seria para piorar, indo contra o papel que nós, bancários, e a sociedade esperamos de um banco público, que é a promoção do desenvolvimento do país e o bem estar dos funcionários e da sociedade".
O diretor da Fetrafi-RS e do SindBancários, Ronaldo Zeni, presente na reunião, avalia que "o extenso debate sobre a pauta que já é conhecida pelo o BB há mais de 6 anos, não trouxe nenhum resultado prático até agora. Queremos uma resposta que contemple à totalidade da nossa pauta já na reunião do dia 23. Vamos nos mobilizar para que a direção do BB se pronuncie imediatamente."
Criação de novas agências
A Contraf-CUT solicitou, na sequência, informações sobre a criação de agências complementares, com caixas terceirizados, e a ampliação indiscriminada de correspondentes bancários. Os representantes dos trabalhadores consideram esses planos perniciosos por promoverem a deterioração das relações de trabalho e reclamaram a contratação de mais 5 mil funcionários, além das 10 mil novas vagas acertadas no acordo do passado, em vez de promover a terceirização dos serviços.
A Contaf-CUT reivindicou agilização nas contratações, especialmente para os estados do Norte e Nordeste, áreas em que não foram abertos novos postos de trabalho, embora o banco informe que já tenha feito mais de 7 mil novas convocações.
A estratégia do banco se expandir no exterior, sem respeito aos trabalhadores nos países em que vem se instalando e atuando, também foi criticada pelos representantes dos funcionários. Diante desse quadro, cobrou-se do banco a assinatura do Acordo Marco Global, apresentado ao banco em 2006 para que os empregados e dirigentes sindicais do exterior tenham direitos respeitados e o banco tenha responsabilidade social.
Representação dos bancários no Conselho de Administração
No entendimento da Contraf-CUT, para que o banco tenha um efetivo papel social, ele precisa também contar com representante dos funcionários no Conselho de Administração, conforme prevê o projeto de lei 3.407/2008, aprovado pela Câmara e que tramita em caráter terminativo no Senado.
A Contraf-CUT cobrou ainda a ampliação do repasse de recursos à Fundação Banco do Brasil, que possui importantes projetos de caráter social à espera de verbas para serem concretizados. Apesar dos lucros crescentes, o banco tem investido muito aquém do necessário na área social.
Os representantes do banco ficaram de entrar em contato com as áreas responsáveis pelos temas abordados e apresentar esclarecimentos no próximo encontro.
Funcionários incorporados
Outro assunto importante tratado na reunião desta sexta-feira foi a problemática situação dos funcionários egressos dos bancos incorporados (Besc, BEP e Nossa Caixa). Essas questões começaram a ser discutidas na mesa temática de incorporação, mas ficaram pendentes, à espera de solução nas negociações específicas deste ano.
Os problemas mais graves são: a indenização da antiga gratificação variável, a parte do salário transformada em Vencimento de Caráter Pessoal Incorporado (VCPI), cobertura de plano de saúde e adesão ao plano de previdência.
Os representantes do banco informaram que foram solucionados os problemas relacionados à habitualidade (horas extras) e que a empresa pretende discutir no acordo coletivo a questão da gratificação variável. Sobre as outras questões, o banco promete apresentar informações na próxima reunião.
PCCS
No primeiro item da minuta de reivindicações, referente ao Plano de Carreiras, Cargos e Salários (PCCS), as partes debateram item por item. A Contraf-CUT ressaltou que o aumento do piso da carreira administrativa é considerado fundamental para a valorização dos funcionários. O banco, no entanto, oferece piso abaixo da média de entrada no mercado, o que tem causado grande insatisfação na categoria.
No debate sobre carreira, os representantes do funcionalismo reforçaram a necessidade de criação de novo sistema de seleção interna, que vá além do TAO - que se restringe às inscrições nas oportunidades de encarreiramento -, e de estabelecimento de critérios para um processo isento, sem a possibilidade de indicações de caráter pessoal.
A Contraf-CUT pediu também a instalação de um setor encarregado de criar um programa de promoção de igualdade de condições, de direitos e de oportunidades de encarreiramento, respeitando-se as questões de gênero, raça e orientação sexual e deficiências. Essa área seria responsável pela difusão de conceitos básicos de igualdade de oportunidades e pelo combate à discriminação desses grupos nos processos seletivos.
Jornada de 6 horas e outras reivindicações
Outro item importante debatido foi a jornada de seis horas para os cargos técnicos, com inclusão dos 15 minutos de descanso alimentação. O banco se mostrou aberto à discussão, mas entende ser o tema de difícil solução durante a campanha.
A Contraf-CUT reivindicou a extensão do crescimento horizontal para todas as funções comissionadas, não se limitando apenas ao que é praticado hoje na área de gerência de módulo. Também foram pedidos: a criação de um processo de incorporação de 10% das comissões por ano nos salários; a revisão do valor das comissões da gerência média; o fim da trava de dois anos, com atenção especial para os comissionados nas Centrais de Atendimento (CABBs), onde se verificam alta probabilidade de problemas de saúde, desvios e desvalorização funcionais.
A representação dos trabalhadores exigiu que fosse transferida para a Gepes a alçada de descomissionamento e que essa medida só ocorra após, no mínimo, três ciclos avaliatórios, garantindo ao funcionário oportunidades de capacitação e tempo para desenvolvimento profissional.
Foram cobrados do banco o retorno das substituições e o fim da lateralidade em todos os casos de substituição de gestores, incluindo gerência média em todas as unidades.
Outras reivindicações apresentadas: a criação de um auxílio para reembolsar funcionários com despesas educacionais próprias ou de dependentes; ampliação da licença-paternidade; licença para acompanhamento de filhos deficientes sem limite de idade; aumento do número de delegados sindicais eleitos; revisão dos critérios de concessão de vale-transporte; isenção de todas as tarifas e anuidades de serviços bancários; manutenção do programa PAS; manutenção e revisão do programa de gestão da ética; concessão de licença-prêmio para todos e renovação de diversas cláusulas do acordo de 2009.
Segurança e portas giratórias
Durante o debate sobre a cláusula de indenização por morte ou incapacidade decorrente de assalto, sequestro ou extorsão, foi solicitada ao banco a suspensão imediata da retirada de portas giratórias de algumas agências, medida que faz parte do projeto de ambientação.
Assessorando a Contraf-CUT e a Comissão de Empresa, Daniel Reis, diretor do Sindicato de São Paulo e membro do Comitê Nacional de Segurança Bancária, expôs os riscos de violência a que todos os bancários e clientes ficam expostos com a facilitação da entrada de pessoas armadas na agência bancária. Após a argumentação, os representantes dos funcionários pediram a ampliação do debate e acesso ao projeto em caráter sigiloso, procedimento fundamental em medidas de segurança.
Voltou à discussão a questão da instalação de CCPs (CCVs). A Contraf-CUT reafirmou sua posição contrária à assinatura porque o banco quer impedir uma possível nova reclamação daqueles que participaram de alguma conciliação.
A representação dos trabalhadores pediu ainda a suspensão da reestruturação da Diretoria Comercial anunciada nos últimos dias, durante a campanha, que afeta cerca de 500 funcionários, que serão transferidos ou perderão a função comissionada. Para solucionar essa questão, a Contraf-CUT solicitou uma reunião com o diretor da área.
Intensificar a mobilização
Diante do quadro estabelecido nas negociações e da perspectiva de apresentação de propostas efetivas na reunião do dia 23, a Contraf-CUT orienta todos os sindicatos a fortalecerem a mobilização com atividades no dia 21, dia nacional de luta da categoria, para pressionar o banco e a Fenaban a atenderem nossas reivindicações.
A reunião foi presenciada por uma observadora internacional, ligada à federação dos empregados do banco nacional da Índia, Vijay Alakshmi Manilal Nair, que realiza uma pesquisa sobre as negociações coletivas dos bancários no Brasil.
Em uma longa reunião, de mais de três horas de duração, representantes da Contraf-CUT, da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB e do banco repassaram cada uma das cláusulas da minuta de reivindicações específicas da categoria.
A reunião começou com uma manifestação de protesto por parte do coordenador da Comissão de Empresa, Eduardo Araújo, em relação às informações de que o banco está alterando sua missão, com a retirada de menções aos funcionários e à sociedade. "O presidente do banco Aldemir Bendine já havia confirmado que o BB estava alterando a missão da empresa, mas nunca imaginávamos que seria para piorar, indo contra o papel que nós, bancários, e a sociedade esperamos de um banco público, que é a promoção do desenvolvimento do país e o bem estar dos funcionários e da sociedade".
O diretor da Fetrafi-RS e do SindBancários, Ronaldo Zeni, presente na reunião, avalia que "o extenso debate sobre a pauta que já é conhecida pelo o BB há mais de 6 anos, não trouxe nenhum resultado prático até agora. Queremos uma resposta que contemple à totalidade da nossa pauta já na reunião do dia 23. Vamos nos mobilizar para que a direção do BB se pronuncie imediatamente."
Criação de novas agências
A Contraf-CUT solicitou, na sequência, informações sobre a criação de agências complementares, com caixas terceirizados, e a ampliação indiscriminada de correspondentes bancários. Os representantes dos trabalhadores consideram esses planos perniciosos por promoverem a deterioração das relações de trabalho e reclamaram a contratação de mais 5 mil funcionários, além das 10 mil novas vagas acertadas no acordo do passado, em vez de promover a terceirização dos serviços.
A Contaf-CUT reivindicou agilização nas contratações, especialmente para os estados do Norte e Nordeste, áreas em que não foram abertos novos postos de trabalho, embora o banco informe que já tenha feito mais de 7 mil novas convocações.
A estratégia do banco se expandir no exterior, sem respeito aos trabalhadores nos países em que vem se instalando e atuando, também foi criticada pelos representantes dos funcionários. Diante desse quadro, cobrou-se do banco a assinatura do Acordo Marco Global, apresentado ao banco em 2006 para que os empregados e dirigentes sindicais do exterior tenham direitos respeitados e o banco tenha responsabilidade social.
Representação dos bancários no Conselho de Administração
No entendimento da Contraf-CUT, para que o banco tenha um efetivo papel social, ele precisa também contar com representante dos funcionários no Conselho de Administração, conforme prevê o projeto de lei 3.407/2008, aprovado pela Câmara e que tramita em caráter terminativo no Senado.
A Contraf-CUT cobrou ainda a ampliação do repasse de recursos à Fundação Banco do Brasil, que possui importantes projetos de caráter social à espera de verbas para serem concretizados. Apesar dos lucros crescentes, o banco tem investido muito aquém do necessário na área social.
Os representantes do banco ficaram de entrar em contato com as áreas responsáveis pelos temas abordados e apresentar esclarecimentos no próximo encontro.
Funcionários incorporados
Outro assunto importante tratado na reunião desta sexta-feira foi a problemática situação dos funcionários egressos dos bancos incorporados (Besc, BEP e Nossa Caixa). Essas questões começaram a ser discutidas na mesa temática de incorporação, mas ficaram pendentes, à espera de solução nas negociações específicas deste ano.
Os problemas mais graves são: a indenização da antiga gratificação variável, a parte do salário transformada em Vencimento de Caráter Pessoal Incorporado (VCPI), cobertura de plano de saúde e adesão ao plano de previdência.
Os representantes do banco informaram que foram solucionados os problemas relacionados à habitualidade (horas extras) e que a empresa pretende discutir no acordo coletivo a questão da gratificação variável. Sobre as outras questões, o banco promete apresentar informações na próxima reunião.
PCCS
No primeiro item da minuta de reivindicações, referente ao Plano de Carreiras, Cargos e Salários (PCCS), as partes debateram item por item. A Contraf-CUT ressaltou que o aumento do piso da carreira administrativa é considerado fundamental para a valorização dos funcionários. O banco, no entanto, oferece piso abaixo da média de entrada no mercado, o que tem causado grande insatisfação na categoria.
No debate sobre carreira, os representantes do funcionalismo reforçaram a necessidade de criação de novo sistema de seleção interna, que vá além do TAO - que se restringe às inscrições nas oportunidades de encarreiramento -, e de estabelecimento de critérios para um processo isento, sem a possibilidade de indicações de caráter pessoal.
A Contraf-CUT pediu também a instalação de um setor encarregado de criar um programa de promoção de igualdade de condições, de direitos e de oportunidades de encarreiramento, respeitando-se as questões de gênero, raça e orientação sexual e deficiências. Essa área seria responsável pela difusão de conceitos básicos de igualdade de oportunidades e pelo combate à discriminação desses grupos nos processos seletivos.
Jornada de 6 horas e outras reivindicações
Outro item importante debatido foi a jornada de seis horas para os cargos técnicos, com inclusão dos 15 minutos de descanso alimentação. O banco se mostrou aberto à discussão, mas entende ser o tema de difícil solução durante a campanha.
A Contraf-CUT reivindicou a extensão do crescimento horizontal para todas as funções comissionadas, não se limitando apenas ao que é praticado hoje na área de gerência de módulo. Também foram pedidos: a criação de um processo de incorporação de 10% das comissões por ano nos salários; a revisão do valor das comissões da gerência média; o fim da trava de dois anos, com atenção especial para os comissionados nas Centrais de Atendimento (CABBs), onde se verificam alta probabilidade de problemas de saúde, desvios e desvalorização funcionais.
A representação dos trabalhadores exigiu que fosse transferida para a Gepes a alçada de descomissionamento e que essa medida só ocorra após, no mínimo, três ciclos avaliatórios, garantindo ao funcionário oportunidades de capacitação e tempo para desenvolvimento profissional.
Foram cobrados do banco o retorno das substituições e o fim da lateralidade em todos os casos de substituição de gestores, incluindo gerência média em todas as unidades.
Outras reivindicações apresentadas: a criação de um auxílio para reembolsar funcionários com despesas educacionais próprias ou de dependentes; ampliação da licença-paternidade; licença para acompanhamento de filhos deficientes sem limite de idade; aumento do número de delegados sindicais eleitos; revisão dos critérios de concessão de vale-transporte; isenção de todas as tarifas e anuidades de serviços bancários; manutenção do programa PAS; manutenção e revisão do programa de gestão da ética; concessão de licença-prêmio para todos e renovação de diversas cláusulas do acordo de 2009.
Segurança e portas giratórias
Durante o debate sobre a cláusula de indenização por morte ou incapacidade decorrente de assalto, sequestro ou extorsão, foi solicitada ao banco a suspensão imediata da retirada de portas giratórias de algumas agências, medida que faz parte do projeto de ambientação.
Assessorando a Contraf-CUT e a Comissão de Empresa, Daniel Reis, diretor do Sindicato de São Paulo e membro do Comitê Nacional de Segurança Bancária, expôs os riscos de violência a que todos os bancários e clientes ficam expostos com a facilitação da entrada de pessoas armadas na agência bancária. Após a argumentação, os representantes dos funcionários pediram a ampliação do debate e acesso ao projeto em caráter sigiloso, procedimento fundamental em medidas de segurança.
Voltou à discussão a questão da instalação de CCPs (CCVs). A Contraf-CUT reafirmou sua posição contrária à assinatura porque o banco quer impedir uma possível nova reclamação daqueles que participaram de alguma conciliação.
A representação dos trabalhadores pediu ainda a suspensão da reestruturação da Diretoria Comercial anunciada nos últimos dias, durante a campanha, que afeta cerca de 500 funcionários, que serão transferidos ou perderão a função comissionada. Para solucionar essa questão, a Contraf-CUT solicitou uma reunião com o diretor da área.
Intensificar a mobilização
Diante do quadro estabelecido nas negociações e da perspectiva de apresentação de propostas efetivas na reunião do dia 23, a Contraf-CUT orienta todos os sindicatos a fortalecerem a mobilização com atividades no dia 21, dia nacional de luta da categoria, para pressionar o banco e a Fenaban a atenderem nossas reivindicações.
A reunião foi presenciada por uma observadora internacional, ligada à federação dos empregados do banco nacional da Índia, Vijay Alakshmi Manilal Nair, que realiza uma pesquisa sobre as negociações coletivas dos bancários no Brasil.
Fonte: Contraf/CUT e SindBancários
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