terça-feira, 4 de outubro de 2011

Bancários paralisam 8.328 agências em todo o país no oitavo dia da greve

O silêncio dos bancos está aumentando a insatisfação dos bancários e fortalecendo a greve nacional da categoria, que cresceu e fechou 8.328 agências de bancos públicos e privados em todos os estados e no Distrito Federal nesta terça-feira (4), oitavo dia de paralisação. O balanço foi feito pela Contraf-CUT, a partir dos dados enviados pelos sindicatos até as 18h30.

O Comando Nacional dos Bancários, reunido em São Paulo, divulgou nesta terça uma Nota Oficial repudiando o silêncio dos bancos, que não retomaram as negociações para apresentar nova proposta aos trabalhadores após oito dias de greve nacional. "Os bancos estão agindo de forma irresponsável ao permanecerem em silêncio e ignorarem a disposição dos bancários para retomar o processo de negociações", denuncia o texto.

Nota do Comando Nacional dos Bancários

"Silêncio dos bancos amplia greve nacional dos bancários

Os bancos estão agindo de forma irresponsável ao permanecerem em silêncio e ignorarem a disposição dos bancários para retomar o processo de negociações. Essa postura das instituições financeiras irá ampliar ainda mais a greve nacional da categoria, que completa nesta terça-feira (4) oito dias de paralisações em bancos públicos e privados em todos os 26 estados e no Distrito Federal.


Desde segunda-feira (3), o Comando Nacional dos Bancários esteve reunido em São Paulo avaliando a paralisação, o que foi amplamente divulgado pela imprensa. A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) também enviou uma carta à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), comunicando que os integrantes do Comando Nacional estavam de plantão, na capital paulista, aguardando a retomada das negociações.


No documento, foi cobrado o compromisso público assumido pela Fenaban em pronunciamento divulgado na última quinta-feira, dia 29 de setembro, onde promete "disposição em dar continuidade às negociações com as representações dos bancários". Entretanto, nenhuma negociação foi marcada até agora, contradizendo o discurso dos bancos para os bancários, os clientes e a sociedade brasileira.


A intransigência dos bancos aumenta ainda mais a insatisfação da categoria e incentiva o crescimento da greve em todo Brasil. Os bancários rejeitaram o reajuste de 8%, que representa apenas 0,56% de aumento real, e reivindicam 12,8% (5% de aumento real mais inflação do período), valorização do piso, maior Participação nos Lucros e Resultados (PLR), mais contratações, fim da rotatividade, combate ao assédio moral, fim das metas abusivas, mais segurança, igualdade de oportunidades, melhoria do atendimento aos clientes e inclusão bancária sem precarização, dentre outros itens.


As reivindicações são justas, principalmente em face dos lucros estrondosos dos bancos nos últimos anos. Somente nos primeiros seis meses de 2011, as maiores instituições acumularam R$ 27,4 bilhões. É um dos setores mais rentáveis de economia e tem a obrigação de valorizar seus funcionários, gerar empregos, distribuir renda e contribuir para o desenvolvimento do país.


Os bancários reiteram que permanecem abertos ao diálogo e manifestam a disposição para a retomada imediata das negociações com a apresentação pelos bancos de uma proposta decente que venha a atender as reivindicações da categoria.


A culpa da greve é dos bancos. Os bancários querem respeito, dignidade e compromisso com o Brasil e os brasileiros.


São Paulo, 4 de outubro de 2011.


Comando Nacional dos Bancários
Contraf-CUT, Sindicatos e Federações de Bancários"



"Desde o início reafirmamos nossa disposição para o diálogo, que consideramos o melhor caminho para resolver o impasse", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional. "Todos os integrantes do Comando estiveram de plantão nesta terça em São Paulo para retomar as conversas e a Contraf-CUT enviou uma carta à Fenaban com o mesmo objetivo. Mas não tivemos qualquer resposta dos bancos", afirma o dirigente.

A greve começou na última terça-feira (27), após a rejeição da proposta de reajuste de 8% apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que representa apenas 0,56% de aumento real.

Os bancários reivindicam reajuste de 12,8% (aumento real de 5% mais inflação do período), valorização do piso, maior Participação nos Lucros e Resultados (PLR), mais contratações, extinção da rotatividade, fim das metas abusivas, combate ao assédio moral, mais segurança, igualdade de oportunidades, melhoria do atendimento dos clientes e inclusão bancária sem precarização. "Queremos uma proposta decente que atenda as reivindicações da categoria", conclui Cordeiro.

Fonte: Contraf-CUT

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