A Caixa
Econômica deu a largada em um plano agressivo de expansão. Pediu
autorização do Banco Central para constituir um banco de investimento,
começa em outubro a operar com crédito rural para a safra 2012/13 e
anunciou que vai financiar exportações. Para modernização tecnológica
criou, em uma sociedade da CaixaPar com a Funcef (fundo de pensão dos
economiários) e a IBM, uma empresa para desenvolver a nova plataforma
digital para o crédito imobiliário e adquiriu 24% da CPM Braxis, empresa
do grupo francês Capgemini, segunda maior companhia de tecnologia da
informação do mundo.
"Esse é um
movimento estratégico. É ousadia com responsabilidade. Não é
voluntarismo", disse o presidente da instituição, Jorge Hereda, ao
Valor. A Caixa pretende ser um dos três maiores bancos do país em dez
anos, com atuação em todas as áreas. Hoje é o quarto. Com a queda da
taxa Selic - que ontem teve novo corte para 7,5% ao ano -, vislumbra-se
um novo mundo onde os bancos terão de suar mais para ganhar dinheiro.
Hereda quer,
com o banco de investimento, entrar no mercado de capitais, área que
tem todas as condições de crescer agora que os juros estão mais baixos.
Para tocar todo esse processo, ele discute mais uma capitalização do
banco pelo Tesouro. Serão alguns bilhões de reais.
A joint
venture com a IBM ainda não tem nome e seu estatuto estará concluído
até o fim do ano. A IBM terá 51% do capital. Com controle privado, ela
nasce livre das restrições impostas pela Lei de Licitações e com um
contrato de R$ 1,19 bilhão com a Caixa.
Amanhã os três
sócios vão aportar R$ 110 milhões para integralizar parte do capital
social, que pode chegar a R$ 170 milhões. A operação foi previamente
aprovada pelo Banco Central e pelo Conselho Administrativo de Defesa
Econômica (Cade).
Com o programa
da IBM em rede, o cliente da Caixa que buscar um financiamento
imobiliário poderá fazer praticamente tudo por meio eletrônico e só
terá de ir à agência no momento de assinar o contrato. Já a parceria
com a CPM Braxis é para modernizar toda a tecnologia de informação do
banco estatal.
"Quem pular na frente nesse momento vai estar em vantagem no
reposicionamento do sistema bancário em um mercado de juros mais
baixos", resumiu o presidente.
Fonte: Valor Econômico
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