Um grande ato público mobilizou a
categoria bancária no centro de Porto Alegre, no fim da manhã desta
sexta-feira. A manifestação de caráter estadual envolveu dirigentes
sindicais de todo o estado e bancários da Capital. Os sindicalistas
usaram um carro de som para convocar os bancários para as atividades da
Campanha Salarial 2012 e denunciar a face ilusionista dos bancos à
população em geral.
O ato público teve animação da Banda Brazuka e Rosa Franco e Banda, sendo que estes músicos gravaram o jingle “Chega de truque, banqueiro”. As atividades também contaram com artistas de rua, com malabares e pernas-de-pau. A programação foi encerrada com uma caminhada pelas ruas do centro de Porto Alegre. Muito animados, os bancários portavam faixas, apitos e vários usaram cartolas, satirizando os banqueiros ilusionistas.
Ao longo da caminhada, dirigentes sindicais se revezaram no carro de
som, denunciando à população os problemas enfrentados pelos bancários e a
exploração praticada pelos bancos, através da cobrança de juros e
tarifas abusivas. Assédio moral, cobrança de metas abusivas, sobrecarga
de trabalho, insegurança e ameaça de demissão são algumas das situações
que precarizam o emprego bancário na atualidade e fragilizam a saúde
física e psíquica dos trabalhadores.
O presidente do SindBancários, Mauro Salles, disse que o Rio Grande
do Sul está fazendo desde o início uma campanha ofensiva e mostrando a
capacidade de organização e mobilização dos bancários gaúchos. “Estamos
preparando a categoria para o embate mais duro, com uma possível greve
nos bancos públicos e privados. Desta vez não tem choro para os bancos.
Eles não podem se esconder atrás de uma crise que não os afeta no
Brasil”, destaca o presidente do SindBancários.
O representante da Fetrafi-RS no Comando Nacional, Sandro Cheiran,
salienta que a unidade da categoria neste momento é fundamental.
“Convocamos bancários e bancárias a integrarem todas as atividades da
campanha salarial. Precisamos mostrar à Fenaban que a categoria está
disposta a fazer um amplo movimento de greve, caso não avancem na
negociação dos temas relacionados à remuneração e condições de trabalho.
Sabemos que todo ano os bancos vêm com negativas para a mesa de
negociação, mas vamos dobrá-los com pressão, mobilização e greve se for
preciso”, afirma o dirigente sindical.
“A expectativa do movimento sindical é que todos os temas sejam
tratados com relevância pela Fenaban, no caso da segurança bancária não
pode ser diferente. Temos acompanhado o crescimento das ocorrências de
explosões e assaltos nas agências bancárias e sugerimos a implementação
de políticas de segurança nos bancos”, analisa o titular da Comissão de
Segurança da Fetrafi-RS, Lúcio Paz.
“Os bancos públicos têm muita importância no fechamento de acordos
com a Fenaban. São eles que desempenham um papel estratégico no sistema
econômico financeiro do país. Por isso a mobilização e engajamento dos
empregados da Caixa e dos funcionários do Banco do Brasil nesta campanha
é essencial”, destaca o diretor da Fetrafi-RS Devanir Camargo da Silva.
A diretora da Federação, Denise Corrêa, observa que a discriminação
de negros, mulheres, pessoas com deficiência e homossexuais é evidente
nos bancos. “Mesmo discutindo esse assunto nas mesas de igualdade, os
bancos, principalmente os privados, não contratam negros, enquanto as
mulheres continuam em cargos inferiores aos dos homens e há falta de
acessibilidade para portadores de deficiência. Estamos reivindicando
políticas organizacionais que promovam a igualdade para coibir essa
discriminação”, declara a diretora da Federação, Denise Corrêa.
Já o diretor da Fetrafi-RS, Carlos Augusto Rocha, enfatiza que este
é mais um momento importante para os banrisulenses. “Os funcionários do
Banrisul tiveram papel de vanguarda nas últimas greves, ampliando sua
mobilização a cada ano. Estamos na véspera de mais um encontro estadual,
que irá atualizar nossa pauta de reivindicações e instigar os
banrisulenses à luta coletiva”, finaliza Rocha.
Fonte: Fetrafi-RS
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