quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Bancários entregam minuta à Fenaban e querem negociações efetivas

A entrega da minuta de reivindicações da categoria bancária à Fenaban, ocorrida no fim da tarde desta quarta-feira,1º, em São Paulo, coroou mais um amplo processo democrático envolvendo trabalhadores do sistema financeiro de todo o país. O documento, elaborado a partir das deliberações de mais de 600 delegados e delegadas da 14ª edição da Conferência Nacional dos Bancários, também foi referendado pelo Sistema Diretivo da Fetrafi-RS e pelas assembleias gerais realizadas por 31 sindicatos do Rio Grande do Sul.

O representante da Fetrafi-RS no Comando Nacional dos Bancários, Sandro Cheiran e o presidente do SindBancários, Mauro Salles, participaram do ato de entrega da minuta ao presidente da Fenaban, Murilo Portugal.

“O sucesso das negociações agora depende da participação e da mobilização dos bancários. Nossa unidade é essencial para garantirmos mais uma campanha salarial vitoriosa. A divisão da categoria só serve aos patrões”, enfatiza o presidente do SindBancários.
 
Mauro Salles também destaca que o Comando Nacional reafirmou diante dos banqueiros a disposição da categoria de lutar pelo aumento real nos salários, por melhores condições de trabalho e pelo fim da rotatividade nos bancos. Por outro lado, o dirigente analisa o lucro do sistema financeiro no período.
 
“A melhoria dos critérios de pagamento da PLR também está entre nossas prioridades. Os lucros dos bancos não caíram, muito pelo contrário. Algumas instituições têm feito um provisionamento exagerado para créditos duvidosos, mas sabemos que a lucratividade efetiva continua crescendo a cada semestre”, salienta o sindicalista.
 Já o presidente do Sindicato dos Bancários de Camaquã e representante da Fetrafi-RS no Comando Nacional, Sandro Cheiran, diz que os bancários querem negociações rápidas e ágeis com a Fenaban. “Não temos tempo a perder. Este ano a campanha está sendo antecipada e não vamos aceitar enrolação da parte dos bancos. A maioria das categorias que negociaram seus acordos no primeiro semestre teve aumento real nos salários. No caso dos bancos, não há desculpa para ser diferente”, garante Sandro.

O presidente do SindBancários lembra que a negociação de cláusulas relacionadas a condições de trabalho, saúde e segurança também são de extrema importância para a categoria. “Hoje os bancários convivem com uma série de situações, que refletem políticas de violência organizacional muito presentes nas instituições financeiras. Metas abusivas, assédio moral, insegurança e medo de perder o emprego constituem fatores que precarizam as condições de trabalho e desestabilizam os trabalhadores. Nossa campanha salarial vai além das reivindicações econômicas. Há muito tempo estamos enfrentando estes problemas e precisamos avançar para a negociação de soluções”, analisa Mauro Salles.

Agora os bancários gaúchos já se preparam para dar visibilidade à Campanha Salarial 2012 no estado. No dia 17 de agosto, sexta-feira, Fetrafi-RS, SindBancários e sindicatos filiados promovem grande ato público em Porto Alegre.

Calendário de negociações
As duas primeiras rodadas de negociação com a Fenaban já estão marcadas para os dias 7 e 8, 15 e 16 de agosto. No dia 09 também será realizada a primeira rodada de negociação específica com a direção da Caixa. As negociações com o Banco do Brasil ocorrem nos dias 13 e 14.

Veja as principais reivindicações dos bancários nesta campanha salarial
  • Reajuste salarial de 10,25%, o que significa 5% de aumento real acima da inflação projetada de 4,97% nos últimos 12 meses.
  • PLR de três salários mais R$ 4.961,25 fixos.
  • Piso da categoria equivalente ao salário mínimo do Dieese (R$ 2.416,38).
  • Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
  • Auxílio-educação para graduação e pós-graduação.
  • Auxílio-refeição e cesta-alimentação, cada um igual ao salário mínimo nacional (R$ 622,00).
  • Emprego: aumentar as contratações, acabar com a rotatividade, fim das terceirizações, aprovação da Convenção 158 da OIT (que inibe demissões imotivadas) e universalização dos serviços bancários.
  • Cumprimento da jornada de 6 horas para todos.
  • Fim das metas abusivas e combate ao assédio moral para preservar a saúde dos bancários.
  • Mais segurança nas agências e postos bancários.
  • Previdência complementar para todos os bancários.
  • Contratação total da remuneração, o que inclui a renda variável.
  • Igualdade de oportunidades

 
Fonte: Fetrafi-RS

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