Fetrafi-RS e sindicatos filiados reuniram neste sábado 195
banrisulenses, vindos de todo o país para a 20ª edição do Encontro
Nacional dos Banrisulenses. O evento, realizado no Ritter Hotel, em
Porto Alegre, debateu a atualização da pauta específica dos
banrisulenses, que será entregue à direção do banco na Campanha Salarial
2012.
Integraram a mesa de abertura do Encontro os diretores da
Fetrafi-RS, Carlos Augusto Rocha e Denise Corrêa; o presidente do
SindBancários, Mauro Salles; o secretário de Imprensa da Contraf/CUT,
Ademir Wiederkehr; o diretor Administrativo da Afaban, Ledir José Gamba;
o diretor de Seguridade Social da Fundação Banrisul, Fábio Alves; o
presidente da CUT/RS, Claudir Nespolo e o presidente do Banrisul, Túlio
Zamin.
O diretor da Federação, Carlos Augusto Rocha abriu os pronunciamentos
da mesa, destacando que os banrisulenses começam mais uma campanha
salarial, dispostos a encarar a luta por melhores condições de trabalho e
remuneração. “Temos ainda dois desafios muito importantes na
atualidade, que sempre integraram nossa pauta histórica de
reivindicações, que são o novo plano de carreira e as mudanças
estruturais na Fundação Banrisul. Estes dois instrumentos são essenciais
para dar condições de evolução na carreira, para a valorização dos
funcionários e a garantia de uma aposentadoria tranquila”, enfatiza
Rocha.
O presidente do SindBancários, Mauro Salles, disse que os
banrisulenses têm o compromisso de debater e compreender o momento de
possibilidades e desafios que representa a Campanha Salarial. “Teremos
que organizar os banrisulenses para enfrentar o processo de negociação
com a Fenaban, porque a campanha salarial tende a chegar no momento de
definição já em meados de setembro. Muitas vezes, os bancos tendem a se
esconder atrás da crise, usando o truque do provisionamento, sem o qual
os lucros seriam muito maiores. Por outro lado temos o debate sobre o
plano de carreira e a discussão da pauta específica, que vai nortear o
processo de negociação com o Banrisul”, salienta o sindicalista.
Mauro Salles ainda reafirmou a importância da unidade dos bancários
para garantir avanços na campanha salarial. “Não podemos aceitar que
interesses individuais ou de alguns grupos, se sobreponham aos
interesses coletivos dos banrisulenses. Temos que sair daqui lado a
lado, conversando com os colegas e construindo a unidade que vai nos
levar a uma campanha vitoriosa”.
O presidente da CUT/RS, Claudir Nespolo, elogiou a grande
participação feminina no evento e a importância dos banrisulenses na
campanha salarial. “O Banrisul emprega um terço da categoria bancária no
Rio Grande do Sul. Vejam o peso deste segmento na campanha salarial.
Temos muita expectativa quando o banco é público, porque se espera uma
postura diferenciada, com nível de responsabilidade maior. Esperamos que
o banco cumpra uma função social diferente do sistema financeiro
privado”, desafia o presidente da CUT/RS.
Ledir José Gamba, presidente da Afaban, disse que a inserção de todos
os segmentos de funcionários nas discussões da campanha é importante.
“Logo ali adiante todos que estão aqui estarão ao nosso lado, como
aposentados, vivenciando os mesmos problemas. Por isso temos que
resolver as questões da Fundação Banrisul, para garantir uma
aposentadoria digna a todos os funcionários do Banrisul”, argumenta.
Já o diretor de Seguridade Social da Fundação Banrisul, Fábio Alves,
destacou o intenso cronograma de seminários, que estão sendo promovidos
pela FBSS, a fim de ampliar a participação dos banrisulenses no debate
dos problemas enfrentados pelo fundo. “Estamos indo a todas as regiões
do estado para conversar com as pessoas, muitas vezes pela primeira vez.
Vamos fazer este debate nos meses de agosto e setembro. Esta medida
reitera a responsabilidade e o esforço da atual gestão da Fundação
Banrisul para resolver nossos problemas”, conclui Fábio Alves.
“O Banrisul é um dos cinco bancos sobreviventes, que resistiram às
privatizações”, observou o secretário de Imprensa da Contraf/CUT, Ademir
Wiederkehr. Para o dirigente sindical, a preservação dos bancos
públicos, que garantem 45% do crédito concedido no país, é fundamental.
“Temos todas as condições para fazer uma grande campanha salarial,
garantindo conquistas para a categoria e a valorização de cada bancário
que constrói a lucratividade do setor”, analisa Ademir.
O dirigente da Contraf/CUT ainda criticou a baixa criação de empregos
no sistema financeiro, que representa apenas 0,46% das vagas geradas no
país. Ademir também defende a inclusão bancária, a qualificação do
atendimento prestado à população e a melhoria das condições de saúde,
segurança e remuneração nos bancos. “Além da nossa campanha salarial,
queremos realizar uma conferência nacional sobre o sistema financeiro,
envolvendo toda a sociedade, para discutir o papel dos bancos no país”,
finaliza.
O presidente do Banrisul, Túlio Zamin , reiterou a disposição da
direção do banco de manter o diálogo com os trabalhadores durante a
campanha salarial. “A nossa prática não vai mudar, queremos reafirmar
este compromisso, porque não queremos fugir da responsabilidade”, afirma
Zamin.
Zamin reconhece que a elaboração do novo plano de carreira e a
resolução dos problemas da Fundação Banrisul são prioridades e atingem
todo o quadro. “Todos nós temos algum tipo de responsabilidade. Não está
faltando coragem para fazer este debate”, garante o presidente do
Banrisul. O presidente disse novamente que o atual modelo de plano de
carreira não serve. “Estou convencido de que precisamos fazer isto com
calma. São temas pesados, mas importantes para o nosso futuro. Eu não
tenho a menor dúvida de que nós todos crescemos e que daremos passos
importantes que serão registrados na história da categoria”, ressalta o
presidente.
A diretora da Fetrafi-RS, Denise Corrêa, encerrou as manifestações de
abertura do evento destacando que que os banrisulenses têm maturidade e
organização pra enfrentar os desafios propostos. “A nossa pauta
específica é muito democrática porque contempla os colegas que chegaram
antes, os que chegaram agora e os colegas aposentados. Com unidade e
disposição vamos avançar e conquistar melhores condições de trabalho e
remuneração, sem perder de vista que trabalhamos num banco público e
estatal, que deve continuar assim”, finalizou.
Após a mesa de abertura, a programação do Encontro continuou com a
apresentação do economista Alex Leonardi, assessor técnico da Subseção
do Dieese/Fetrafi-RS sobre o tema “Conjuntura Econômica, Mercado de
Trabalho e Desempenho dos Bancos”.
Fonte: Fetrafi-RS