sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Banrisul propõe apenas adiantamento da PLR e frustra expectativas de proposta

Fotos: Marisane Pereira
Fotos: Marisane Pereira
          
         A direção do Banrisul está pagando pra ver a dimensão da greve dos banrisulenses. Na reunião de negociação desta sexta-feira, o banco se propôs apenas a adiantar o pagamento da PLR e dos 4,29% de reajuste, inicialmente oferecidos pela Fenaban nesta Campanha Salarial. A proposta foi rechaçada imediatamente pelo movimento sindical, que exige objetividade e boa vontade do banco para acabar com a greve.
          O Banrisul também propôs a criação de três comissões paritárias, com participação de representantes da instituição e dos banrisulenses, para discutir os seguintes temas: Quadro de Carreira; Saúde e Condições de Trabalho e Segurança Bancária. A proposta do Banrisul foi apresentada pelo diretor de Crédito, Bruno Fronza, um dos interlocutores do banco nas negociações específicas, que iniciaram na última quarta-feira (6).
         Os banrisulenses foram representados na negociação de hoje pelos diretores da Fetrafi-RS, Amaro Souza, Carlos Augusto Rocha e pelos diretores do SindBancários, Fábio Alves, Juberlei Baes Bacelo (presidente da entidade) e Lourdes Rossoni. Também integraram a mesa de negociação o diretor da Unidade de Gestão de Pessoas do Banrisul, César Antônio Cechinato, o superintendente de Gestão de Pessoas, Ademar Sartori e o gerente de Administração, Gaspar Saikoski.
        Para os dirigentes sindicais a proposta do Banrisul não representa qualquer novidade e não tira os funcionários da greve. “O que temos fora da Fenaban? O banco não quer dar um plus? O Banrisul tem um quadro qualificado que está trabalhando insatisfeito. Temos o menor piso da categoria (R$ 1.074,00), problemas sérios no quadro de carreira e na Fundação Banrisul. Estamos diante da maior greve no banco nos últimos tempos e a diretoria não se deu conta disso”, questiona o diretor da Fetrafi-RS, Carlos Augusto Rocha.
        “Se hoje o Banrisul fizesse uma proposta para o piso, quadro de carreira e priorizasse ganhos reais aos trabalhadores seria possível achar uma saída para a greve. Essa não é uma proposta nova, apenas adianta o que os trabalhadores já têm garantia, que é o cumprimento da Fenaban”, enfatiza o presidente do SindBancários, Juberlei Baes Bacelo.
        Juberlei também lembra que hoje a maior preocupação do banco é dar retorno aos seus acionistas e investidores e não à sociedade gaúcha. “Queremos que o Banrisul se antecipe. Os funcionários precisam de estímulo para ter disposição de retornar ao trabalho”, argumenta.

         O diretor da Fetrafi-RS, Amaro Souza, reafirmou que os banrisulenses irão ampliar a greve. “Percorremos uma série de agências da Capital hoje pela manhã e os bancários deixaram claro, que sem avanços na pauta específica a greve continua a todo vapor”, salienta Amaro.
         Quanto à criação das comissões sugeridas pelo banco o movimento sindical esclareceu que tem reivindicado isto ao longo das últimas campanhas salariais e por isso concorda com a proposição.
         “As comissões são importantes, mas não resolvem a greve. O que resolve a greve está relacionado a ganho econômico. Hoje a folha do Banrisul está praticamente estática. Mesmo que os funcionários incorporem certas vantagens aos seus salários ao longo do tempo nada muda para o banco em termos de custo. Nós temos uma grande responsabilidade aqui, que é dar uma resposta para o povo que está lá fora, aguardando a negociação”, disse Fábio Alves, diretor do SindBancários.
          Ao longo da negociação, os dirigentes sindicais ainda questionaram a postura do banco em relação aos problemas da Fundação Banrisul, que acumula déficits há três anos; o quadro de carreira pelo qual um funcionário precisaria ter 60 anos de casa para chegar ao topo da carreira; a política de redução de custos da instituição que pressiona os funcionários de todas as formas e precariza as condições de trabalho entre outros temas.
        Contraproposta

        No fim da reunião o movimento sindical apresentou uma contraproposta à direção do banco. Confira:
        1 – Concessão de reajuste de 5% sobre todas as letras do Quadro de Carreira;
        2- Eliminação de uma letra do Quadro de Carreira a cada ano, até a letra E, no período de oito anos;
        3- Comissionamento dos Operadores de Negócios;
        4- Aumento de 20% nas verbas de caixa (gratificação e quebra);
        5- Pagamento de Prêmio Desempenho a todos os funcionários.
       Os representantes do Banrisul disseram que irão avaliar a contraproposta apresentada e darão retorno em breve ao movimento sindical.
       Assédio moral continua
       Durante a reunião foram relatados casos de assédio moral praticados pelos gerentes de duas agências do Banrisul, Otávio Rocha e Colise, ambas na Capital. A diretora do SindBancários, Lourdes Rossoni, ressaltou que a postura dos gerentes é inadmissível e exige a intervenção da Unidade de Gestão de Pessoas. “A atitude destes colegas é inaceitável. Além de coagir e intimidar de todas as maneiras possíveis, estes gerentes usam inclusive palavras de baixo calão para tentar desmoralizar os banrisulenses em greve”, afirmou a diretora.
        Segundo os dirigentes do SindBancários, estes são os casos mais graves de assédio registrados durante a greve do Banrisul e foram relatados por doze pessoas ao Sindicato.
        Orientação
        O movimento sindical avalia, que a direção do Banrisul mostrou falta de vontade para resolver os problemas que mantêm os trabalhadores na greve ainda criou falsas expectativas de que apresentaria uma proposta concreta nesta sexta-feira. A partir disso, a orientação é pela ampliação e fortalecimento da greve em toda a rede de atendimento do Banrisul até a vitória.

Fonte: Marisane Pereira - Fetrafi-RS

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