Para Brizola Neto, não há justificativa para demissões.
O ministro do Trabalho e Emprego,
Brizola Neto, assumiu o compromisso de enfrentar, junto com os bancários
e demais categorias, a rotatividade que ocorre em alguns segmentos do
mercado de trabalho, como o setor financeiro, durante sua exposição
sobre emprego nesta sexta-feira (20) na 14ª Conferência Nacional, que
está sendo realizada em Curitiba.
"Estou nesta Conferência com
muita satisfação, mas minha presença aqui tem um motivo muito especial: a
questão da alta rotatividade na categoria bancária, que é a maior
juntamente com a construção civil. No caso da construção civil, há
explicações estruturais, mas em relação ao sistema financeiro não há
justificativa para essa prática dos bancos. Vou empunhar, junto com os
bancários, a bandeira contra a alta rotatividade", disse.
Ele acrescentou ainda que, além de ser perverso com o trabalhador,
que perde seu emprego, o problema tem um alto custo para o governo. "A
rotatividade contribui para um gasto de cerca de R$ 30 bilhões por ano
com seguro-desemprego, dinheiro que deveria ser investido na
qualificação profissional e no abono salarial dos trabalhadores."
Duas décadas perdidas
Brizola destacou a importância dos bancários na mobilização dos trabalhadores para a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), assinada pelo presidente Getúlio Vargas em 1943. Ele fez ainda duras críticas ao período neoliberal, nos anos 80 e 90, especialmente ao governo Fernando Henrique Cardoso.
Brizola destacou a importância dos bancários na mobilização dos trabalhadores para a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), assinada pelo presidente Getúlio Vargas em 1943. Ele fez ainda duras críticas ao período neoliberal, nos anos 80 e 90, especialmente ao governo Fernando Henrique Cardoso.
"Os governos neoliberais privatizaram, elevaram as taxas de juros,
quase destruíram a economia nacional gerando desemprego em massa. Foram
duas décadas perdidas. No Brasil foi criada uma das redes bancárias
tecnologicamente mais avançadas do mundo, mas, ao lado do processo
inflacionário, essa modernidade resultou na drástica redução do emprego
no setor financeiro", disse.
Ele defendeu o governo Lula, que rompeu com esse processo recessivo.
"A eleição de um operário rompeu com a lógica anterior, garantiu a
valorização do salário mínimo, que apesar de ainda ser baixo, melhorou,
elevou a renda do trabalhador e promoveu a geração de empregos,
reduzindo as taxas de desemprego."
Ao lembrar de seu avô, ele disse que Leonel Brizola, que fazia
críticas no início do governo petista, admitiu em seguida, que o país
começa a avançar. "Ele dizia, com bom humor, que o operário havia
começado a comer mingau pelas beiradas'', afirmou.
Perto do pleno emprego
O ministro acrescentou que em alguns setores o desemprego no país chega hoje a 5%, índice próximo ao chamado pleno emprego, capacidade ideal para o Brasil atingir o desenvolvimento econômico, que só será possível com crescimento da economia e geração de empregos.
O ministro acrescentou que em alguns setores o desemprego no país chega hoje a 5%, índice próximo ao chamado pleno emprego, capacidade ideal para o Brasil atingir o desenvolvimento econômico, que só será possível com crescimento da economia e geração de empregos.
Ao final de seu
discurso, Brizola Neto ressaltou a importância da educação de qualidade
para o país e fez uma avaliação positiva do comportamento da economia
nacional, apesar da crise internacional.
"A crise internacional foi causada pela irresponsabilidade dos
bancos, tem 'olhos azuis' como disse Lula. Os países do chamado primeiro
mundo já não têm mais capacidade de expansão de seus parques
produtivos, o que não ocorre com o Brasil, até em função de nosso atraso
histórico. Mas será fundamental a educação de qualidade para garantir o
desenvolvimento científico e tecnológico e o futuro do país", disse.
Combater a terceirização
O presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, expressou ao ministro sua preocupação com o projeto de Lei 4330/04, do deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), que tramita no Congresso Nacional. O projeto, se aprovado, escancara a terceirização no país e representa uma ameaça real à categoria bancária e a toda a classe trabalhadora, promovendo ainda mais a precarização no trabalho.
O presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, expressou ao ministro sua preocupação com o projeto de Lei 4330/04, do deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), que tramita no Congresso Nacional. O projeto, se aprovado, escancara a terceirização no país e representa uma ameaça real à categoria bancária e a toda a classe trabalhadora, promovendo ainda mais a precarização no trabalho.
Bancários denunciam HSBC ao ministro
Além disso, o Sindicato dos Bancários de Curitiba entregou ao ministro dossiê com denúncia sobre o HSBC, que contratou um "serviço de inteligência" para espionar a vida de 164 funcionários afastados por doenças do trabalho entre os anos de 1999 e 2002. Eles tiveram suas vidas pessoais vasculhadas por uma empresa contratada pelo banco. Foram filmados e fotografados, com o objetivo de colocar em dúvida suas doenças ocupacionais e tentando "provar" que exerciam "outra atividade profissional". A empresa nada conseguiu comprovar.
Além disso, o Sindicato dos Bancários de Curitiba entregou ao ministro dossiê com denúncia sobre o HSBC, que contratou um "serviço de inteligência" para espionar a vida de 164 funcionários afastados por doenças do trabalho entre os anos de 1999 e 2002. Eles tiveram suas vidas pessoais vasculhadas por uma empresa contratada pelo banco. Foram filmados e fotografados, com o objetivo de colocar em dúvida suas doenças ocupacionais e tentando "provar" que exerciam "outra atividade profissional". A empresa nada conseguiu comprovar.
O banco inglês também foi denunciado este mês pelo Congresso dos EUA,
de "lavar" dinheiro do tráfico de drogas e do terrorismo internacional.
Brizola Neto disse que o ministério vai apurar essa denúncia e se
comprometeu a encaminhar os fatos à presidenta Dilma. Também garantiu
que se as denúncias forem comprovadas vai atuar para que o HSBC seja
exemplarmente punido. "Também vamos chamar o banco para um diálogo
social, para deixar claro que o Ministério do Trabalho tem o compromisso
com o elo mais fraco das relações de trabalho, que são os
trabalhadores."
Crédito: Leandro Taques - Contraf-CUT
Rede de Comunicação dos Bancários
Carlos Vasconcellos
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