Comando Nacional dos Bancários e a Caixa Econômica Federal iniciaram
na tarde da última sexta-feira (9), em Brasília, as negociações acerca
da pauta de reivindicações especificas para a campanha salarial 2013. A
representação dos trabalhadores tem coordenação da Confederação Nacional
dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT) e participação de
integrantes da Comissão Executiva Nacional dos Empregados (CEE/Caixa).
A rodada de negociações abordou cláusulas relativas à saúde do trabalhador, ao plano Saúde Caixa e às condições de trabalho.
Porém, antes de iniciar o debate dos itens da pauta, o Comando cobrou
da empresa solução para questões ainda pendentes, a exemplo dos casos
de descomissionamentos de dirigentes sindicais ocorridos em Santa
Catarina e no Rio Grande do Sul e de empecilhos colocados à distribuição
de material das entidades associativas e sindicais em determinadas
unidades da cidade de São Paulo, todos tidos como prática antissindical.
Os representantes dos empregados cobraram ainda que a Caixa reveja
sua posição de considerar como falta o dia não trabalhado em 11 de julho
último, em razão da greve nacional convocada pelas centrais sindicais.
Saúde do trabalhador
Nos debates sobre saúde, o Comando defendeu a criação de unidades
específicas para Saúde do Trabalhador e Saúde Caixa, com estruturas
técnica e administrativa compatíveis com suas atribuições, sendo, no
mínimo, uma por estado. Cobrou o reconhecimento das atividades de
tesoureiro, avaliador de penhor e caixa como insalubres, a extensão da
pausa de 10 minutos a cada 50 trabalhadores a todos os bancários que
atendem público ou trabalham com entrada de dados e a manutenção da
titularidade e complementação salarial referente ao CTVA para afastados
por motivo de saúde, enquanto perdurar o afastamento.
Os representantes dos empregados argumentaram ainda em favor do
custeio integral pela Caixa do tratamento das doenças do trabalho,
inclusive para aposentados por invalidez por acidente de trabalho, e em
defesa da extensão da licença-aleitamento para mães com crianças de até
um ano.
O Comando cobrou da Caixa procedimentos de efetivo combate a todas as
formas de violência organizacional, sobretudo no que se refere ao
assédio moral e ao assédio sexual. A imposição de metas e as pressões
por resultados foram taxadas pelos representantes dos empregados como
exercício do assédio moral.
Saúde Caixa
Nos debates sobre Saúde Caixa, os representantes dos empregados
propuseram a utilização do resultado anual para melhorias no plano, bem
como o ressarcimento do valor integral dos procedimentos, em localidades
em que não haja profissionais credenciados.
O Comando reforçou a cobrança de transformação do caráter do Conselho
de Usuários de consultivo para deliberativo e defendeu a o
fortalecimento dos comitês de acompanhamento da rede credenciada.
A defesa da extensão do Saúde Caixa para as pessoas que se
aposentaram por PADV foi feita, uma vez mais, pelo presidente da
Federação Nacional dos Aposentados, Décio de Carvalho, representante do
segmento na mesa de negociação. Na oportunidade, o dirigente cobrou
ainda informação da empresa sobre a busca de solução para os mais de
quinze anos de congelamento dos benefícios pagos pelo INSS aos
aposentados pelo chamado Plano de Melhoria de Proventos e Pensões
(PMPP).
Os representantes da Caixa asseguraram que a extensão do plano aos
aposentados por PADV está sendo avaliada e que a conclusão deve sair
ainda em agosto. Sobre o PMPP, a informação é de que a Caixa adotou como
procedimento acionar a Câmara de Arbitragem da Advocacia Geral da União
(AGU), para trazer o INSS para a discussão do assunto.
Condições de trabalho
As representações dos empregados apresentaram à Caixa e exigência de que
a abertura de novas unidades se dê somente com a estrutura física, de
segurança e ergonomia necessárias ao atendimento adequado da população.
Cobraram também o fortalecimento das estruturas das Gilogs para o
atendimento das demandas existentes.
Para o Comando Nacional, a melhoria das condições de trabalho exige o
aumento do número mínimo de empregados por agência. Foram reivindicados
também dois tesoureiros por unidade, em dois turnos de trabalho, e no
mínimo um TBN na retaguarda, por unidade.
A segunda rodada de negociação da pauta de reivindicações específicas
para a campanha salarial 2013 dos empregados da Caixa ficou agendada
para o dia 19 de agosto. “Essa mesa sobre temas específicos é importante
porque temos muitas coisas para resolver com a Caixa e a hora de
começar a pressão é agora, com mobilização por todo o país”, ressaltou
Fabiana Uehara Proscholdt, representante da Contraf/CUT nas negociações.
Fonte: Fenae
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