Lucro de mais de R$10 bilhões do BB é construído às custas do adoecimento dos funcionários.
O Banco do Brasil,
maior instituição financeira da América Latina, teve o maior lucro
líquido da história dos bancos no país, com ganhos de R$ 10,03 bilhões
no primeiro semestre. Com isso, o BB supera o Itaú Unibanco entre os
maiores lucros de bancos privados no país.
O lucro de R$ 7,2 bilhões do Itaú Unibanco no primeiro semestre é, agora, o segundo maior entre os bancos do país.
Nos últimos quatro
anos, o Itaú ocupou o topo do ranking dos maiores lucros da história dos
bancos brasileiros no primeiro semestre.
O lucro do BB foi
puxado pelo forte resultado do segundo trimestre, quando registrou lucro
líquido de R$ 7,47 bilhões, cerca de duas vezes e meia acima do
resultado positivo obtido um ano antes. Nos primeiros três meses de
2013, o banco teve lucro líquido de R$ 2,56 milhões.
Avaliação
A partir dos dados divulgados, o diretor do SindBancários, Julio Vivian,
critica a postura do BB tanto do ponto de vista da contrapartida que,
com um lucro deste patamar, não tem moral para negar as reivindicações
dos funcionários, quanto do ponto de vista da própria construção do
resultado, que foi fruto do esforço e do adoecimento dos bancários.
"Está na hora de o BB cumprir seu papel de banco público e deixar
de buscar o lucro acima de tudo. O banco deve começar a fomentar o
desenvolvimento sustentável e tratar seus funcionários, clientes e
população em geral, com mais respeito e ética. Até porque um lucro
destes não deve ser construído com o adoecimento e até da morte de seus
funcionários, fruto do assédio, das metas inexequíveis e da cobrança por
resultados cada vez maiores e impossíveis de alcançar sem o adoecimento
dos bancários e o desrespeito aos clientes", avalia Julio Vivian.
Flávio Pastoriz, diretor
do SindBancários e funcionário do Banco do Brasil, diz que como
instituição pública, o Banco do Brasil deve exercer o papel de
fomentador no desenvolvimento do país, pressionando a queda das taxas de
juros, atuando como “regulador” no sistema financeiro e, ao mesmo
tempo, atendendo as demandas dos setores produtivos a favor da
sociedade. "Com o resultado desse primeiro semestre de 2013, o banco
pode atender as justas reivindicações dos funcionários na campanha deste
ano", assegurou.
Outros números
O indicador de inadimplência do Banco do Brasil, com dívidas
maiores que três meses, caiu para o menor patamar em 11 anos, segundo o
balanço do banco. A carteira de crédito ampliada encerrou junho em R$
638,628 bilhões, expansão de 7,7% ante março e de 25,7% em 12 meses.
Os destaques do período foram as carteiras pessoa jurídica e de
agronegócios, que registraram aumentos em 12 meses de 28,8% e 32,8%,
respectivamente.
Ao final de junho, o BB ampliou sua liderança em crédito no sistema
financeiro nacional, atingindo 20,8% de participação de mercado.
Os empréstimos destinados à pessoa física totalizaram R$ 161,550
bilhões no segundo trimestre, aumento de 15,9% em doze meses e de 3,3%
sobre março, respondendo por 25,3% da carteira de crédito do banco.
Já os recursos destinados às pessoas jurídicas somaram R$ 300,142
bilhões, com elevação de 28,8% e 5,4%, respectivamente. Esse segmento
responde por 47,0% da carteira de crédito total do BB.
As despesas com provisões para calotes cresceram 14,8% na
comparação com o mesmo período de 2012, para R$ 4,22 bilhões. Segundo o
banco, as provisões aumentaram devido ao aumento da carteira de crédito e
do maior montante de recuperação de perdas no segundo trimestre.
Fonte: SindBancários com informações UOL
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