sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Dia Nacional de Luta reúne diversas entidades em Ijuí

O Dia Nacional de Luta que ocorre em todo o país nesta sexta-feira, 30, reuniu diversas representações nesta manhã na Praça da República em Ijuí. A mobilização foi convocada por entidades sindicais.

O ato contou com representantes dos professores estaduais e municipais, estudantes, estudantes e professores da APAE, funcionários municipais e estaduais, comerciários, bancários, motoristas, entidades rurais, entre outros.

Entre a principal reivindicação está o barramento da PL 4330, que permite a terceirização de qualquer posto de trabalho nas empresas e que irá a votação no próximo dia 3 de setembro. 
Os representantes querem pressionar o Congresso para que votem contra a PL 4330.

Além disso, as entidades também reivindicam o fim do fator previdenciário, o fim do voto secreto o Congresso, a jornada de 40 horas semanais sem redução de salários, 10% do PIB para a educação, maior valorização dos professores, ensino superior público, continuidade das escolas da APAE, 10% do orçamento da união para a saúde, transporte público e de qualidade, valorização das aposentadorias, reforma agrária, reforma política e democratização das comunicações.

A mobilização também atingiu os bancos. Os funcionários da Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil paralisaram as atividades nesta sexta-feira. Os demais bancos continuam atendendo normalmente.

Após o ato na Praça da República, a mobilização seguiu em caminhada pelas ruas de Ijuí.

Durante a caminhada um manifestante chegou a ser detido por desacato a autoridade pela Brigada Militar que acompanhava o protesto. O manifestante foi liberado em seguida.

Fonte Ijui.com

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Sem solução para carreira e isonomia, negociação específica na Caixa não avança. Mobilização é a resposta à intransigência

O Comando Nacional dos Bancários e a Caixa Econômica Federal realizaram nesta quinta-feira (29), em Brasília, a terceira rodada de negociação da pauta específica da campanha salarial 2013. No entanto, apesar de cobrado, o banco não apresentou qualquer contraproposta para solucionar demandas em relação à contratação de pessoal, carreira e isonomia de direitos entre novos e antigos empregados.

“Desde a primeira rodada de negociações, em 9 de agosto, temos apresentado propostas detalhadas para cada reivindicação da pauta específica e tínhamos a expectativa de que os negociadores da Caixa trouxessem soluções para itens como isonomia, contratação de mais empregados, Saúde Caixa, condições de trabalho, carreira, jornada/Sipon, segurança bancária e questões relativas à Funcef, entre as quais a incorporação do REB pelo Novo Plano e a extensão do auxílio e da cesta-alimentação a todos os aposentados e pensionistas”, afirma Jair Pedro Ferreira, vice-presidente da Fenae e coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa).
Ele lembra que isto não só aconteceu, como a Caixa limitou-se a afirmar, após o fim da terceira rodada de negociações específicas, que irá esperar os resultados da negociação com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), em 5 de setembro, para só depois apresentar uma proposta global aos trabalhadores da empresa. Diante disso, Jair Ferreira observa que o resultado da negociação desta quinta-feira foi frustrante, sobretudo por não registrar nenhum avanço.

No início da reunião, a Caixa comunicou ao Comando Nacional, coordenado pela Contraf/CUT e assessorado pela CEE/Caixa, que o acordo aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho 2012/2013 fica prorrogado até a data de 30 de setembro, com a expectativa de que, até lá, a campanha salarial deste ano esteja concluída.
Foi informado ainda aos representantes dos empregados que serão feitas as alterações necessárias no estatuto da Caixa, com publicação do edital do calendário eleitoral em novo formato, o que significará a efetivação do fim das restrições para participação de qualquer empregado na escolha do representante dos trabalhadores no Conselho de Administração.

Nesse sentido, segundo os negociadores da empresa, a nova redação do estatuto assegurará a exclusão do requisito da experiência gerencial para as candidaturas de conselheiro representante, que impedia a participação de 80% do quadro dos empregados. Com isso ficará permitida a inscrição de qualquer bancário. Não ficou estabelecido, porém, nenhum prazo para que isto ocorra, ficando a discussão sobre o assunto para os próximos dias.
Por outro lado, o movimento sindical bancário ficou de indicar os nomes de seus representantes para compor a comissão eleitoral para o Conselho de Administração.

Contratação de pessoal 
Os primeiros pontos discutidos foram relacionados à contratação de pessoal. Nesse quesito, os dirigentes sindicais voltaram a cobrar maior rapidez no processo de convocação de concursados para melhorar as condições de trabalho, principalmente na rede de agências. Foi lembrado, por outro lado, que a empresa continua insistindo com a política de abrir unidades sem estrutura adequada e com número insuficiente de trabalhadores, situação essa que vem sobrecarregando o pessoal lotado nas unidades.


Os dirigentes sindicais criticaram o fato de o nível de contratações não vir acompanhando o ritmo de abertura de novas agências em todo o país, estrangulando a saúde dos trabalhadores.

Para resolver situações esdrúxulas provocadas pela carência de pessoal, o Comando Nacional propôs na mesa de negociação, entre outras medidas, a contratação de novos empregados, chegando ao quantitativo de 120 mil bancários até o final de 2014. Foi reivindicada ainda quantidade mínima de 20 empregados por agência, além de reposição de empregado no caso de afastamento por mais de seis meses, sem prejuízo deste no seu retorno. Foram feitas também duas outras cobranças: a contratação permanente para reposição de empregados aposentados, demitidos ou afastados e o fim das discriminações no estágio probatório, tendo em vista que muitos empregados são desligados compulsoriamente tão logo esse processo esteja concluído.

A empresa, no entanto, negou o atendimento dessas reivindicações. Alegou, para isso, necessidade de respeitar os limites impostos pelo controlador. Até o fim de 2013, a autorização é para que o quantitativo de empregados chegue a 103 mil, podendo alcançar o patamar de 105 mil até dezembro de 2014. Para 2015, a meta é de 112 mil trabalhadores, no máximo. Hoje, chega a 99.024 o número total de empregados.

No tocante à reposição de empregados em unidades com carência de mão de obra, a Caixa argumentou que esse trabalho já está sendo feito, principalmente nas agências em estado de maturação, cujo tempo é de dois anos por unidade. Nesse caso, segundo a empresa, o redimensionamento ocorre seis meses depois de abertura da agência. A Caixa informou ainda que, hoje, é de 9,1 a média de empregado nas unidades que estão sendo abertas.

Isonomia
O Comando Nacional cobrou equiparação de direitos de todos os empregados em relação à licença-prêmio e ao Adicional por Tempo de Serviço (ATS). Ambas as reivindicações foram consideradas complexas pela Caixa, que alegou duas razões para não atendê-las: dificuldades orçamentárias e resistência por parte do controlador. Há hoje, segundo o banco, apenas 28 mil empregados que ainda usufruem do benefício do ATS.


Houve protesto contra a recusa da Caixa. O Comando Nacional argumentou que a tabela salarial na empresa está muito distante da remuneração global. “Para fazer frente a essa defasagem, os empregados estão correndo atrás de novas saídas. Nesse caso, a Caixa precisa urgentemente encerrar o ciclo vicioso dos anos 90”, alerta Jair Ferreira.

Carreira/PSI
Os representantes dos trabalhadores cobraram ajustes no formato do Processo Seletivo Interno (PSI). Há o reconhecimento sobre a importância desse instrumento para o encarreiramento, mas a reivindicação é de que haja transparência nos critérios e universalização das participações.


Uma das reivindicações mais urgentes é a criação de Comitê de Acompanhamento dos PSIs e do Banco de Oportunidades (Bancop), com participação dos empregados e um membro da Gipes. Dois outros itens reivindicados foram a criação de função gratificada de assistente no Atendimento Social, para quem trabalha no setor social da empresa, e criação de banco de reserva de avaliadores de penhor, na medida de 50% das funções existentes.
Foi cobrada ainda a valorização da função de avaliadores de penhor, com revisão do piso do mercado.

Os dirigentes sindicais criticaram o fato de a Caixa não deixar claro para os trabalhadores os critérios utilizados para descomissionar. Ocorre que essa medida vem sendo adotada de forma unilateral, deixando a cargo do gestor a retirada da função.

O Comando Nacional cobrou também atenção especial para a área de tecnologia, com criação de cargos e funções específicas de TI com remuneração compatível com o mercado e outros órgãos públicos, além de implantação da proposta de carreira de TI que mantenha a possibilidade de seis horas nas funções técnica e técnico-gerencial. Ainda nesse quesito, outra reivindicação é a migração para as novas funções sem PSI.

A empresa informou que continua desenvolvendo uma proposta de reestruturação da carreira de TI, mas não estabeleceu um prazo para a conclusão desse trabalho.

Avaliação
A representação nacional dos empregados avalia que a ausência de proposta decente, para o desfecho das negociações específicas da campanha salarial 2013, deve ser respondida com mobilização. Isto é visto como fundamental para que sejam atendidas as expectativas dos trabalhadores, tanto em relação às suas reivindicações específicas como quanto aos itens gerais tratados na mesa da Fenaban.


Segundo Jair Pedro Ferreira, da Fenae e da CEE/Caixa, “os empregados estão dispostos a seguir com a luta na campanha salarial deste ano, não só por aumento real e PLR digna, mas também por valorização do piso, isonomia, contratação de pessoal, saúde e condições de trabalho, Funcef/Prevhab, tíquete dos aposentados, respeito à jornada de seis horas, Sipon e por medidas efetivas de segurança bancária. O momento, segundo ele, “é de mostrar nossa força”.

Nova rodada
Os temas pertinentes à Funcef, jornada e Sistema de Ponto Eletrônico (Sipon) serão tratados na rodada de terça-feira da próxima semana, dia 3 de setembro, às 15h, em Brasília.

Fonte: Agência Fenae

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Apesar dos lucros bilionários, bancos nada propõem sobre remuneração


A exemplo das rodadas anteriores, os bancos não apresentaram nesta segunda-feira 26 nenhuma proposta para as reivindicações sobre remuneração apresentadas pelo Comando Nacional dos Bancários, entre elas aumento real de salário, valorização do piso, Plano de Cargos e Salários (PCS), adiantamento do 13º, salário do substituto e vale-cultura. A discussão sobre remuneração prossegue nesta terça 27, às 9h30, incluindo a PLR e os auxílios refeição, creche, cesta alimentação e educacional. 


O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, abriu a terceira rodada de negociações, relatando os casos da morte de um bancário e uma vigilante durante assalto ao posto do Santander em Angra dos Reis (RJ) e o ataque a agência do Bradesco em Campo Grande. E reivindicou que os problemas com falta de segurança sejam solucionados ainda nessa campanha.



Em seguida o Comando Nacional cobrou resposta para as reivindicações feitas nas rodadas anteriores sobre saúde, condições de trabalho, segurança e igualdade de oportunidades. Mas os negociadores da Fenaban ficaram em silêncio.



Ao entrar no tema de remuneração, o Comando Nacional primeiro fez uma rápida análise de conjuntura do sistema financeiro, apresentando dados e fazendo avaliação sobre os lucros crescentes do sistema financeiro, a rentabilidade, a evolução do emprego e dos salários e a concentração de renda no setor, que é ainda maior que no resto da sociedade. 



"Os seis maiores bancos tiveram lucro líquido de R$ 29,6 bilhões no primeiro semestre. Eles têm a maior rentabilidade do sistema financeiro mundial, mas fecham postos de trabalho e reduzem a média salarial da categoria com o mecanismo perverso da rotatividade, apesar do aumento da produtividade dos bancários", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional. "Por isso os trabalhadores exigem remuneração decente, que passa por aumento real de salário, valorização do piso e melhoria da PLR".


Produtividade cresce e salário médio cai

O Comando Nacional apresentou estudo do Dieese feito a partir dos balanços dos bancos mostrando que, enquanto o número de bancários por agência diminuiu 5% (de 24,15 para 22,95) entre junho de 2012 e junho de 2013, em razão do enxugamento de postos de trabalho, no mesmo período o lucro líquido por bancário aumentou 19,4%, a carteira de crédito por empregado cresceu 19,8% e o número de conta-corrente por trabalhador passou de 285 para 304 (crescimento de 6,9%).

Veja aqui o quadro comparativo preparado pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo com base no estudo do Dieese-Linha Bancários.


Mas apesar do aumento da produtividade e dos ganhos reais da categoria com mobilizações e greves, que entre 2004 e 2011 foi de 13,94% no salário e 31,70% no piso, a remuneração média (salário mais verbas fixas) dos bancários diminuiu nesse período. Segundo dados da Rais (Relação Anual de Informações Sociais), do Ministério do Trabalho e Emprego, a remuneração média da categoria em 2004, deflacionado pelo INPC, era de R$ 4.817,12 . Em 2011 (último ano disponível pela Rais), o valor médio salarial do bancário caiu para R$ 4.743,59 - uma redução de 1,5% no poder de compra dos salários.



"Esse é o principal efeito nocivo da rotatividade nos bancos", acusa Carlos Cordeiro.

A luta é para desconcentrar renda


Para o presidente da Contraf-CUT, lutar por aumento de salário é combater a concentração de renda no país. "Apesar de ser a sexta maior economia do planeta, o Brasil ocupa ainda o vergonhoso 12º lugar no ranking dos países mais desiguais do mundo. E no sistema financeiro a concentração de renda é ainda maior", ressalta o presidente da Contraf-CUT.


O Comando Nacional também apresentou aos representantes dos banqueiros estudo do Dieese com base no Relatório Social da Febraban mostrando que a distribuição do valor adicionado nos bancos entre acionistas, governo e trabalhadores vem se alterando desde 1999, aumentando a fatia do capital e reduzindo a participação do trabalho. Veja aqui o estudo comparativo.



A concentração de renda pode ainda ser medida por outro ângulo. Segundo trabalho do Dieese com base no Censo de 2010, os 10% mais ricos no país têm renda média mensal 39 vezes maior que a dos 10% mais pobres. Ou seja, um brasileiro que está na faixa mais pobre da população teria que reunir tudo o que ganha durante 3,3 anos para chegar à renda média mensal de um integrante do grupo mais rico. 



No sistema financeiro a concentração é ainda maior. No Itaú, por exemplo, os executivos da diretoria recebem em média R$ 9,05 milhões por ano, o que representa 234,27 vezes o que ganha o bancário do piso. No Santander, os diretores embolsam R$ 5,6 milhões, o que significa 145,64 vezes o salário do caixa. E no Bradesco, que paga R$ 5 milhões anuais a seus executivos, a diferença é de 129,57 vezes.



Ou seja, para ganhar a remuneração mensal de um executivo, o caixa do Itaú tem que trabalhar 16 anos e o caixa do Bradesco 9 anos.



Os bancos questionaram os dados apresentados pelo Comando Nacional. Disseram, por exemplo, que a produtividade cresce por causa das novas tecnologias e não em razão do aumento do trabalho bancário. Os dirigentes sindicais retrucaram que os dados são fornecidos pelos próprios bancos ao Caged do Ministério do Trabalho e Emprego, reclamando da falta de transparência das instituições financeiras. Foi definido fazer uma reunião com técnicos do Dieese e dos bancos para discutir os dados até a próxima semana.


Reajuste de 11,93% e piso do Dieese

Os representantes dos bancários defenderam o reajuste de 11,93%, que inclui a inflação do período mais 5% de aumento real, argumentando sobre a importância de recompor o poder de compra do salário e valorizar o piso salarial, conforme o salário mínimo do Dieese (R$ 2.860,21), diante dos lucros crescentes dos bancos e do aumento da produtividade. "Dissemos que essa é a prioridade das prioridades", destaca Carlos Cordeiro.


Os negociadores da Fenaban primeiro disseram que o reajuste sobre o piso esse ano será o mesmo que sobre as demais verbas, mas diante da argumentação do Comando afirmaram que levarão a demanda para os bancos. 
PCS

A reivindicação dos bancários é que as empresas tenham critérios objetivos e transparentes para a ascensão profissional, o que inclui reajuste anual de 1% todas as verbas de natureza salarial e a partir do quinto ano completo de serviço o reajuste será de 2%.


Os bancários também reivindicam dos bancos a movimentação horizontal e/ou vertical de pelo menos um nível na tabela salarial a cada cinco anos na mesma função. E para os cargos das carreiras administrativas, operacional e técnica querem que o preenchimento seja feito por meio de seleção interna.



Os representantes da Fenaban disseram que a reivindicação é uma maneira disfarçada de pedir anuênio e não querem discutir PCS, afirmando que isso é "interferência insuportável" para os bancos. Entretanto, as instituições públicas têm planos de cargos de salários. 



Em relação ao adiantamento do 13º salário, os negociadores dos bancos assumiram o compromisso de consultar os patrões.


Salário do substituto

A reivindicação é que nas substituições, mesmo em caráter provisório, seja garantido ao substituto o mesmo salário do substituído. Os representantes patronais rejeitaram a demanda, afirmando ser justo que o bancário trabalhe substituindo chefias porque assim está sendo avaliado para futuras promoções.

Vale-cultura

O objetivo é incentivar a diversidade cultural, conforme prevê a Lei 12.761/2012, exigindo que os bancos concedam todo mês aos trabalhadores um vale-cultura de R$ 100,00 para compra de ingressos para peças teatrais, cinema, shows, musicais, bem como para outros espetáculos artísticos.


Eles disseram não ter posição ainda sobre o tema, que é preciso aguardar a regulamentação da lei, mas que levarão a proposta aos banqueiros e depois voltarão a discutir a proposta. 
PLR e auxílios

A terceira rodada de negociações prossegue nesta terça-feira, discutindo as demais reivindicações sobre remuneração, incluindo PLR, auxílio-refeição, cesta-alimentação e 13ª cesta-alimentação, auxílio-creche/babá e auxílio educacional.

Veja os salários e as reivindicações de 2013

Como é hoje
Como fica
Salário
-
11,93% (inflação + 5% de aumento real)
Piso portaria
966,74 (1.058,96 pós 90 dias)
2.860,21 (mínimo Dieese)
Piso escriturário
1.385,55 (1.519,00 pós 90 dias)
2.860,21
Piso Caixa
1.385,55 (2.056,89 pós 90 dias, incluído gratificação de caixa)
3.861,28 (mínimo Dieese + gratificação de caixa)
1º Comissionado
-
4.862,36
1º Gerente
-
6.435,47
PLR
Regra básica
90% do salário + 1.540,00
3 salários-base + 5.553,15
Auxílio-refeição
493,58 (mês)
21,46 (dia)
678,00 (mês)
29,48 (dia)
Cesta-alimentação
367,92
678,00
Auxílio-creche/babá
306,21
678,00


Calendário de luta

Agosto

27 - Continuidade da terceira rodada de negociações entre Comando e Fenaban
28 - Dia do Bancário, com atos de comemoração e de mobilização
29 - Terceira rodada de negociação específica entre Comando e BB
29 - Terceira rodada de negociação específica entre Comando e Caixa
30 - Dia Nacional de Mobilização e Paralisação das centrais sindicais pela pauta da classe trabalhadora

Setembro

3 - Previsão de votação do PL 4330 da terceirização na CCJC da Câmara


Fonte: Contraf-CUT

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Bancos privados fecham 5,8 mil empregos e reduzem salário com rotatividade

Os bancos privados que operam no país fecharam 5.800 postos de trabalho nos primeiros sete meses de 2013, andando na contramão da economia brasileira, que gerou 907.214 novos empregos de janeiro a julho. Além disso, o sistema financeiro continua mantendo a política de alta rotatividade como mecanismo para reduzir custos e salários.

Esses são os principais resultados da 19ª Pesquisa de Emprego Bancário (PEB), divulgada nesta sexta-feira 23 pela Contraf-CUT, que faz o estudo em parceria com o Dieese com base nos dados dos Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged), do Ministério do Trabalho.

"Mesmo aumentando os lucros e mantendo a mais alta rentabilidade do sistema financeiro internacional, os bancos brasileiros, principalmente os privados, continuam fechando postos de trabalho e utilizando a rotatividade para reduzir os salários dos trabalhadores", critica Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.

Segundo o Caged, os bancos brasileiros desligaram 25.996 bancários de janeiro a julho e contrataram apenas 23.579. Os bancos múltiplos, setor que abrange os bancos privados e o Banco do Brasil, cortaram 5.800 postos de trabalho. Como o BB manteve o quadro de funcionários estável, fica evidente que a eliminação de emprego se concentrou nas instituições privadas. A Caixa Econômica Federal apresentou saldo positivo de 3.156 empregos nos primeiros sete meses.

Veja abaixo quadro com os admitidos e contratados por setor e as respectivas remunerações médias.


Admitidos, desligados e diferença da remuneração média, por setor atividade econômica (*)
Brasil - Janeiro a Julho de 2013
Setor de atividade econômica
Admitidos
Desligados
Saldo
Diferença da Rem. Média (%)
Nº de trab.
Part. (%)
Rem. Média
(em R$)
Nº de trab.
Part. (%)
Rem. Média
(em R$)
Bancos comerciais
405
1,7%
3.738,18
367
1,4%
4.573,58
38
-18,3%
Bancos múltiplos, com carteira comercial
17.717
75,1%
3.043,73
23.517
90,5%
4.495,83
-5.800
-32,3%
Caixas econômicas
4.829
20,5%
2.079,95
1.673
6,4%
4.078,90
3.156
-49,0%
Bancos múltiplos, sem carteira comercial
540
2,3%
3.664,26
332
1,3%
6.653,77
208
-44,9%
Bancos de investimento
88
0,4%
7.397,28
107
0,4%
11.829,67
-19
-37,5%
Total
23.579
100,0%
2.888,74
25.996
100,0%
4.527,84
-2.417
-36,2%

Fonte: MTE/Caged. Elaboração: Dieese-Rede Bancários. (*) Classificação Nacional de Atividade Econômica (CNAE)

Rotatividade reduz salário e concentra renda

A pesquisa Contraf-CUT/Dieese mostra que o salário médio dos admitidos pelos bancos no primeiro semestre foi de R$ 2.888,74, contra salário médio de R$ 4.527,84 dos desligados. Ou seja, os trabalhadores que entram no sistema financeiro recebem remuneração 37,5% inferior à dos que saem.

"Isso explica por que, embora com muita mobilização os bancários tenham conquistado 16,2% de aumento real no salário e 35,6% de ganho real no piso salarial desde 2004, a média salarial da categoria diminuiu neste período. Esse é o mais perverso mecanismo de concentração de renda, num país que faz um grande esforço para se tornar menos injusto", denuncia Carlos Cordeiro.

Segundo dados da Rais (Relação Anual de Informações Sociais), do Ministério do Trabalho e Emprego, o salário médio dos bancários em 2001, deflacionado pelo INPC, era de R$ 5.016,72. Em 2011 (último ano disponível pela Rais), o valor médio salarial do bancário caiu para R$ 4.743,59 - uma redução de 5,44% no poder de compra do salário.

Em contraste brutal com a perda salarial, o lucro líquido conjunto dos seis maiores bancos que atuam no país (BB, Itaú, Bradesco, Santander, Caixa Federal e HSBC) pulou de R$ 4,2 bilhões em 2001 para R$ 52,2 bilhões em 2011 - salto de 520,6%.

A evolução do PIB, do lucro líquido e da remuneração dos bancários

Houve nesta década uma grande concentração de renda no sistema financeiro.

Os 10% mais ricos no país, segundo estudo do Dieese com base no Censo de 2010, têm renda média mensal 39 vezes maior que a dos 10% mais pobres. Ou seja, um brasileiro que está na faixa mais pobre da população teria que reunir tudo o que ganha durante 3,3 anos para chegar à renda média mensal de um integrante do grupo mais rico.

No sistema financeiro a concentração de renda é ainda maior. No Banco Itaú, por exemplo, os executivos da Diretoria recebem em média R$ 9,05 milhões por ano, o que representa 234,27 vezes o que ganha o bancário do piso. No Santander, os diretores embolsam R$ 5,6 milhões, o que significa 145,64 vezes o salário do caixa. E no Bradesco, que paga R$ 5 milhões anuais a seus executivos, a diferença é de 129,57 vezes.

Ou seja, para ganhar a remuneração mensal de um executivo, o Caixa do Itaú tem que trabalhar 16 anos e o caixa do Bradesco 9 anos.

"A sociedade brasileira mostrou nas recentes manifestações de rua que quer mudança e certamente está de olho na prática dos bancos, de juros e tarifas escorchantes. Queremos transformar o crescimento em desenvolvimento econômico e social. Isso passa por melhoria de salário e mais emprego, o contrário do que os bancos estão fazendo", comenta Carlos Cordeiro.

Clique aqui para ver gráfico comparativo entre a evolução do PIB, do lucro líquido dos cinco maiores bancos e da remuneração média dos bancários. É a chamada "boca do jacaré".

Mulheres ganham menos na entrada e na saída

Apesar de constituírem hoje praticamente a metade da categoria bancária e de terem nível de escolaridade superior ao dos homens, a pesquisa Contraf-CUT/Dieese mostra que as mulheres continuam sendo discriminadas no sistema financeiro.

Quando são contratadas, as mulheres recebem salário médio de R$ 2.471,39, ou 25% a menos que os homens (R$ 3.287,43). E quando são desligadas, o salário médio das bancárias é 30% inferior ao dos bancários homens (R$ 3.703,62 contra R$ 5.325,12).

Veja abaixo a evolução do emprego por gênero.

Admitidos, desligados e remuneração média por gênero
Brasil - Janeiro a Julho de 2013
Gênero
Admitidos
Desligados
Saldo
Diferença da Rem. Média (%)
Nº de trab.
Part. (%)
Rem. Média
(em R$)
Nº de trab.
Part. (%)
Rem. Média
(em R$)
Masculino
12.059
51,1%
3.287,43
13.214
50,8%
5.325,12
-1.155
-38,3%
Feminino
11.520
48,9%
2.471,39
12.782
49,2%
3.703,62
-1.262
-33,3%
Total
23.579
100,0%
2.888,74
25.996
100,0%
4.527,84
-2.417
-36,2%
Fonte: MTE/CAGED
Elaboração: Dieese - Rede Bancários