segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Fenaban divulga dados completos do Censo da Diversidade


Setor financeiro não cumpre a cota de 5% de PCDs exigida por lei

Finalmente, depois de pressionada pelo movimento sindical bancário, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) divulgou os números completos do segundo Censo da Diversidade. Foi durante a reunião da mesa temática de Igualdade de Oportunidades com representantes da categoria bancária, realizada nesta segunda-feira, dia 3 de novembro, em São Paulo (SP).

A primeira parte do levantamento – respondido por 187.411 bancários, ou 41% da categoria, em março de 2014 – já havia sido divulgada pela Fenaban durante a campanha salarial 2014. Esses novos dados serão avaliados pela Comissão de Gênero, Raça e Orientação Sexual (CGROS) da Contraf/CUT, que reúne representantes do movimento sindical bancário de todo o país. De antemão, porém, dá para verificar que pouco se avançou desde o primeiro Censo (2008) para cá.

Os dados do segundo Censo apontam ainda que as mulheres continuam ganhando menos que os homens. Em seis anos, sobretudo entre o Censo de 2008 e o de 2014, a diferença entre o rendimento médio das mulheres e dos homens caiu somente 1,5%. O rendimento médio mensal delas em relação ao deles era de 76,4% em 2008 e agora é de 77,9%.

O Censo de 2014 mostra também um avanço de 5,6% no número de negros no setor bancário. Havia no primeiro Censo 77,4% de brancos e 19,3% de negros. Em 2014, a situação é de 71,4% de brancos e 24,9% de negros. O problema, nesse caso, é que o movimento sindical bancário não sabe quanto disso se deve a ações inclusivas dos bancos e quanto se deve aos concursos públicos promovidos pelos bancos públicos. Daí a reivindicação para que a Fenaban divulgue os dados por bancos, proposta prontamente recusada.

Na reunião da mesa temática de Igualdade de Oportunidades, os bancos também apresentaram os números de pessoas com deficiência (PCDs). Do total, o número de bancários com deficiência motora caiu de 61,4% em 2008 para 60,7% em 2014. Já o de trabalhadores com deficiência auditiva subiu de 12,2% para 22,8%, e os com deficiência visual aumentou de 3,9% para 11,8%. Os dados revelam, inclusive, que o setor financeiro não cumpre a cota de 5% de PCDs exigida por lei, tendo em vista que em 2008 havia 1,8% de bancários com deficiência, enquanto em 2014 esse contingente chega a 3,7%.

Na reunião com a Fenaban, os representantes da categoria bancária cobraram também a divulgação de dados mais claros a respeito da situação da mulher negra nos bancos. Os números disponíveis até agora não são suficientes para esse recorte.

Próximos passos

A categoria bancária pretende ainda convidar outros atores para discutir os resultados do Censo da Diversidade 2014. Serão chamados, por exemplo, o Ministério Público do Trabalho (MPT)), a Organização Internacional do Trabalho (OIT)) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que também participaram da elaboração do I Censo.

Essas entidades podem ajudar o movimento sindical bancário a elaborar e desenvolver ações que mudem o quadro de discriminações e desigualdades nos bancos.

Fonte: Fenae

Nenhum comentário:

Postar um comentário