quinta-feira, 22 de setembro de 2011

BB tenta desmobilizar funcionários na Campanha Salarial

“O resultado do Banco no primeiro semestre deste ano foi realmente muito bom e sabemos que foi alcançado graças ao trabalho árduo da corporação como um todo”. A afirmação da Diretoria de Relações com Funcionários do Banco do Brasil, contrasta com as demais argumentações utilizadas pelo executivo em carta enviada ao funcionalismo do banco na semana passada.

Apesar de reconhecer a importância dos funcionários no aumento da lucratividade obtida pelo banco, o diretor condena a expectativa de reconhecimento fomentada pelo movimento sindical durante a Campanha Salarial. Segundo o representante do BB, o aumento do valor destinado à PLR e da quantia que é distribuída aos acionistas da empresa, assim como os novos investimentos necessários à expansão do banco, não viabilizam a concessão de benefícios aos funcionários, de maneira proporcional ao crescimento financeiro da instituição. Ao longo da carta, o BB também destaca que não há sobras no lucro do banco e que qualquer benefício significa aumento “no dispêndio” da empresa. O banco ainda aproveita para atrelar as suas argumentações a preocupação do Governo em relação às contas públicas.
Ao final da carta, o BB, “convida” os “colegas” a terem um olhar mais amplo, observando o que foi “conquistado” nos últimos anos.
O diretor da Fetrafi-RS, Ronaldo Zeni enfatiza que a Diretoria do BB usa argumentos contraditórios em sua manifestação. “O banco tenta vender a ideia de que atendeu a pauta dos trabalhadores, mas isto é um equívoco. Temos reivindicações represadas quanto à jornada de trabalho de 6h para todos; PCS e PCR; garantia da manutenção da comissão para os bancários afastados em licença-saúde; critérios de comissionamento e descomissionamento; auxílio-educação e o fim do assédio moral. Estes itens não foram apresentados na lista de ‘conquistas’ citada pelo banco”, explica Zeni.
O dirigente sindical também destaca que as conquistas obtidas nos últimos anos não foram fruto do acaso. “O Banco do Brasil não deu nada de graça aos funcionários. Todos nós sabemos o que tivemos que enfrentar para avançar em cada cláusula do Acordo Coletivo de Trabalho. Além disso, as conquistas só vieram a ser concretizadas porque os funcionários do BB tiveram um papel fundamental nas campanhas salarial, muitas vezes assumindo a vanguarda nas greves da categoria”, explica Zeni.
Para o sindicalista, a carta enviada ao funcionalismo do BB não passa de mais uma manobra a fim de desmobilizar os trabalhadores. “Temos que encarar esta mensagem do banco de maneira inversa, como um incentivo à luta coletiva. Nossa resposta à sutil argumentação do BB será uma mobilização maior do que a promovida em 2010. Estamos junto com a categoria bancária nesta campanha salarial e só vamos parar quando nossos objetivos gerais e objetivos forem atingidos”, finaliza Ronaldo Zeni.
Fonte: Imprensa Fetrafi-RS

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