Sem avanços nas negociações com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), os bancários de Ijuí aprovaram, por unanimidade, indicativo de greve a partir da próxima terça-feira (27) durante assembleia realizada agora há pouco na Sede do Sindicato. Os trabalhadores rejeitaram a proposta apresentada pelos banqueiros: 7,8% sobre todas as verbas (piso, salários, vales refeição, alimentação, auxílio-creche e a parte fixa da PLR e do adicional).
A decisão segue orientação do Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, que considerou insuficiente a proposta dos bancos de reajuste de apenas 7,8% sobre os salários, a Participação dos Lucros e Resultados (PLR) e as demais verbas (vale-refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta-alimentação e auxílio creche/baba, dentre outras). O índice representa somente 0,37% de aumento real.
Os bancos lucraram mais de R$ 27,4 bilhões no primeiro semestre deste ano, mas fizeram uma proposta com ganho real muito pequeno, não tem valorização do piso, nem elevação da PLR, desrespeitando quem produziu esses resultados gigantescos. Além disso, eles nada ofereceram para gerar empregos e acabar com a rotatividade, muito menos para melhorar efetivamente as condições de saúde, segurança e trabalho.
O que os bancários querem
Os bancários querem reajuste de 12,8% (inflação do período mais aumento real de 5%), PLR maior, piso do Dieese, fim da rotatividade, mais contratações, fim das metas abusivas, combate ao assédio moral, regulamentação do sistema financeiro nacional, mais segurança, igualdade de oportunidades e inclusão bancária sem precarização, dentre outras reivindicações.
Uma nova negociação ocorre com a Fenaban nesta sexta-feira (23), às 14h, em São Paulo. Na próxima segunda-feira (26), novas assembleias deverão ser realizadas pelos sindicatos em todo país para avaliar o resultado da nova rodada e organizar a greve.
"Esperamos que os bancos apresentem uma proposta decente para valorizar os trabalhadores, distribuir renda, melhorar o atendimento aos clientes e assumir um compromisso com o Brasil e os brasileiros", defende Carlos Cordeiro. "Caso contrário, a resposta dos bancários virá, com toda a certeza, na forma de uma greve nacional ainda mais forte do que a que realizamos no ano passado. Estamos preparados para a mobilização e não vamos aceitar uma proposta que não caminhe na direção do emprego decente para a categoria", aponta.
Fonte: Contraf-CUT
Nenhum comentário:
Postar um comentário