A negociação nesta terça-feira (20), em São Paulo, entre a Comissão de Empresa dos Funcionários do BB (CEBB), Comando dos Bancários e o Banco do Brasil terminou sem a apresentação de propostas para as reivindicações específicas debatidas e deliberadas pelos funcionários no 22º Congresso Nacional dos Funcionários do BB. O banco afirmou ainda que vai acompanhar os resultados da mesa principal de negociação com a Fenaban, que debate a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) dos bancários.
Diante disso, a CEBB orienta que os bancários do Banco do Brasil participem ativamente das assembleias da categoria que serão realizadas nesta quinta-feira, dia 22, em todo o país, e preparem uma forte greve nacional a partir do dia 27, caso o banco continue não apresentando propostas para as reivindicações do funcionalismo.
O Comando Nacional iniciou o debate reafirmando a necessidade de o banco apresentar propostas que dialoguem com os eixos de reivindicações como, por exemplo, melhorias no PCR - Plano de Carreira e Remuneração, no PCC - Plano de Cargos Comissionados, nas questões de saúde, condições de trabalho, combate ao assédio moral e fim das terceirizações com a contratação de mais bancários.
Em relação à carreira dos bancários, é fundamental que o BB aumente o piso, melhore itens como interstício na carreira A, redução do tempo para adquirir os 1095 pontos das letras da carreira de mérito, bem como pontuar todos os funcionários incluindo os escriturários e caixas. É importante também que a pontuação no mérito respeite o histórico funcional. Os caixas devem ser efetivados após 90 dias na função e pertencer à dotação das agências.
Uma reivindicação muito forte é em relação à garantia de manutenção da função comissionada para bancários que se afastem por licenças saúde e acidente de trabalho. A proposta do Comando Nacional é a volta das substituições de funções, com os afastados retornando às suas funções após o tratamento.
No que diz respeito à jornada de trabalho, os bancários cobraram que as funções comissionadas tenham jornada de 6 horas e a que os 15 minutos de pausa estejam incluídos na jornada, como já ocorre em outros grandes bancos como Santander e Caixa Econômica Federal.
Em relação à saúde e condições de trabalho, além de estender a Cassi e a Previ para todos, os bancários reivindicam melhorias no plano odontológico e extensão aos aposentados.
Ainda sobre carreira, os trabalhadores reivindicaram do banco que o Plano de Cargos Comissionados tenha concursos internos e valorizam de comissões como dos fiscais e da gerencia média, além de melhorias contra o descomissionamento arbitrário. O banco apresentou dados comparando o número de comissionados e a proporção de perdas de função. Entre 2009 e o primeiro semestre de 2011, o coeficiente de descomissionamento reduziu-se de 0,57 para 0,27.
O banco terminou a negociação dizendo que segue avaliando as propostas apresentadas pelos bancários e que consultará o Departamento de Controle das Estatais (Dest) sobre as possibilidades de fazer qualquer proposta específica.
"O BB segue avaliando as reivindicações dos trabalhadores. Chegou a hora de apresentar a proposta! Precisamos que o banco entenda que estamos cansados deste modelo de gestão e agora é o momento para dar um sinal de que realmente valoriza seus funcionários. Queremos uma proposta financeira que eleve nosso piso, apresente um novo PCS e PCR, jornada de 6 horas para todos e dê contada pauta de saúde e dos critérios de comissionamento e descomissionamento. Precisamos nos mobilizar para as assembleias dos dias 22 e 26 de setembro. Se não vier uma proposta positiva haverá greve", avisa o diretor da Fetrafi-RS e representante da CEBB, Ronaldo Zeni.
Veja abaixo as principais questões debatidas nas negociações com o BB:
- Banco do Brasil atuando como banco público, com mais contratações.
- PCR para todos com aumento do piso, com aceleração da carreira (2 anos no primeiro nível), interstício de 6% na carreira A.
- 6 horas de trabalho para todos.
- Prova de seleção interna para funções comissionadas e melhoria das comissões dos fiscais, assistentes das unidades táticas e demais funções abaixo do mercado bancário.
- Pagamento de substituições em todas as vacâncias.
- Alteração das regras de descomissionamentos, sem perda de função por conduta incompatível e por afastamentos por licenças médicas.
- Fim das travas para transferências e comissionamentos.
- Igualdade de direitos para egressos de bancos incorporados (abonos, ausências, PAS).
- Previ e Cassi para todos, com adesão da Cassi à NR 254 da ANS que incorpora tabelas novas de procedimentos médicos mínimos.
- Adesão a cláusula de assédio moral da Fenaban, com alteração da posição da Ouvidoria Interna e mudanças na composição e nas atribuições dos comitês de ética.
- VCP de 12 meses para restruturações e retorno de licença saúde.
- Treinamento para todos no horário de expediente e retorno da verba de aprimoramento.
- Criação do auxilio-educação e de verbas para CPA 10 e 20.
Fonte: Contraf-CUT com edição da Fetrafi-RS
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