terça-feira, 30 de setembro de 2014

Primeiro dia da greve tem 767 agências bancárias paralisadas no Rio Grande do Sul

O primeiro dia de greve dos bancos na base dos 38 sindicatos filiados à Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Instituições Financeiras do Rio Grande do Sul (Fetrafi-RS) terminou com  767 agências paralisadas. Foram 356 agências nos 15 municípios da base do Sindicato dos Bancários da Capital (SindBancários Porto Alegre), mais 411 unidades do interior do Estado.

Os números revelam adesão maior que na última greve. Somente em Porto Alegre, houve crescimento de 41,3% em relação ao primeiro dia do ano passado. As agências de bancos públicos e privados ficaram totalmente paralisadas no primeiro dia de greve em comparação com as 252 do primeiro dia da GREVE do ano passado (19/9/2013).

O coordenador de Política Sindical da Fetrafi-RS, Juberlei Bacelo, avalia a mobilização como resposta à dificuldade de avanços na mesa de negociação. "Este ano tivemos uma arrancada de bancários que aderiram à greve bem superior ao último ano, o que reflete a indignação da categoria com as condições desfavoráveis de trabalho da categoria, além das metas abusivas que têm adoecido os bancários", ressalta. 

As negociações iniciaram nacionalmente em 11 de agosto e ainda não houve avanços nas cláusulas sociais, no reajuste de piso e de verbas salariais, assim como melhores condições de trabalho, mais investimentos em saúde, igualdade de oportunidades, segurança e mais empregos. 

Em relação às cláusulas econômicas, a Fenaban fez duas propostas. Em 19/9, na sétima rodada de negociação, representantes dos bancos ofereceram 7% nas verbas salariais (vale-refeição, cesta alimentação, entre outras) e 7,5% de reajuste no piso. No sábado passado, 27/9, em nova reunião entre o Comando Nacional dos Bancários e representantes da Federação Nacional dos Bancos (Fernaban), os percentuais aumentaram. Os representantes dos bancos ofereceram 7,5% nas verbas salariais e 8% no piso. As duas propostas econômicas foram consideradas insuficientes.  A segunda proposta econômica foi rejeitada em assembleias nacionais na segunda-feira (29), e confirmou a greve. 

Mobilização fecha mais de 6,5 mil agências no Brasil

Os bancários fecharam pelo menos 6.572 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados em 26 estados e no Distrito Federal no primeiro dia da greve nacional da categoria por tempo indeterminado. São 427 unidades paralisadas a mais que no primeiro dia da greve do ano passado (6.145), um crescimento de 9,38%. Os bancários reivindicam 12,5% de reajuste, valorização do piso salarial, PLR maior, garantia de emprego, melhores condições de saúde e trabalho, com fim das metas abusivas e do assédio moral, mais segurança nas agências e igualdade de oportunidades. 

O balanço foi feito pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) com base nos dados enviados até as 18h30 pelos 134 sindicatos que integram o Comando Nacional dos Bancários, que representa cerca de 95% dos 511 mil bancários do País. "Mais uma vez os bancários dão uma grande demonstração de unidade nacional e a força de sua mobilização, fazendo uma greve ainda maior que no ano passado. É um recado inequívoco aos bancos de que queremos mais do que os 7,35% de reajuste e que não fecharemos acordo sem que nossas reivindicações econômicas e sociais sejam atendidas", adverte Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários. 

As principais reivindicações dos bancários
-Reajuste salarial de 12,5%.
-Piso Salarial de R$ 2.979,25
-PLR: três salários mais parcela adicional de R$ 6.247.
-14º salário.
-Vales alimentação, refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 724,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
-Gratificação de caixa: R$ 1.042,74.
-Gratificação de função: 70% do salário do cargo efetivo.
-Vale-cultura: R$ 112,50 para todos.
-Fim das metas abusivas.
-Combate ao assédio moral.
-Isonomia de direitos para afastados por motivo de saúde.
-Manutenção dos planos de saúde na aposentadoria.
-Emprego: fim das demissões e da rotatividade, mais contratações, proibição às dispensas imotivadas como determina a Convenção 158 da OIT, aumento da inclusão bancária e combate às terceirizações.
-Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
-Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
-Prevenção contra assaltos e sequestros: cumprimento da Lei 7.102/83 que exige plano de segurança em agências e PABs, garantindo pelo menos dois vigilantes durante todo o horário de funcionamento dos bancos; instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento das agências; biombos em frente aos caixas e fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários. 
-Igualdade de oportunidades para todos, pondo fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs). 

Fonte: Comunicação Fetrafi-RS, com informações de indBancários e Contraf-CUT

Nenhum comentário:

Postar um comentário