quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Bancos fecham mais de 3 mil empregos em 2014

Com exceção da Caixa Econômica Federal, os bancos continuam demitindo. Nos primeiros oito meses de 2014, o sistema financeiro fechou 3.204 postos de trabalho. É o que aponta a Pesquisa de Emprego Bancário (PEB) divulgada na sexta-feira (12) pela Contraf-CUT. O estudo é feito em parceria com o Dieese, com base nos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

No total, 16 estados apresentaram saldos negativos de emprego entre janeiro e agosto de 2014. As maiores reduções ocorreram em São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais, com 1.246, 648, 527 e 517 cortes, respectivamente. O estado com maior saldo positivo foi o Pará, com geração de 258 novas vagas.
"Apesar dos lucros gigantescos, os bancos brasileiros, principalmente os privados, seguem eliminando postos de trabalho em 2014, a exemplo do ano passado, o que é injustificável para um setor onde somente os seis maiores bancos (BB, Itaú, Bradesco, Caixa, Santander e HSBC) lucraram R$ 56,7 bilhões em 2013 e mais R$ 28,5 bilhões no primeiro semestre deste ano, ostentando os maiores índices de rentabilidade de todo o sistema financeiro internacional", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.
Enquanto o sistema financeiro fecha postos de trabalhos, a economia brasileira gerou 698.475 novos empregos formais no mesmo período. O desemprego no setor seria ainda mais acentuado não fosse a atuação da Caixa Econômica Federal, a única grande instituição financeira a criar vagas (1.857).
De acordo com o levantamento Contraf-CUT/Dieese, além do corte de vagas, a rotatividade continuou alta no período. Os bancos brasileiros contrataram 23.332 funcionários e desligaram 26.526.
A pesquisa mostra também que o salário médio dos admitidos pelos bancos nos primeiros oito meses do ano foi de R$ 3.299,80 contra o salário médio de R$ 5.240,00 dos desligados. Assim, os trabalhadores que entraram nos bancos receberam valor médio equivalente a 63% da remuneração dos que saíram.
Outro dado preocupante do estudo é a desigualdade entre homens e mulheres. As bancárias, que representam metade da categoria e são mais escolarizadas, ganham menos do que os homens quando são contratadas. A discriminação persiste ao longo da carreira, pois a remuneração das mulheres é bem inferior à dos homens no momento em que são desligadas dos seus postos de trabalho.
Enquanto a média dos salários dos homens na admissão foi de R$ 3.748,87 nos primeiros oito meses do ano, a remuneração das mulheres ficou em R$ 2.827,34, valor que representa 75,4% da remuneração de contratação dos homens.
Já a média dos salários dos homens no desligamento foi de R$ 6.010,76 no período, enquanto a remuneração das mulheres foi de R$ 4.417,71. Isso significa que o salário médio das mulheres no desligamento equivale a 73,5% da remuneração dos homens.

Fonte: Fenae

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