A abertura oficial da 13ª Conferência Nacional dos Bancários reforçou a unidade da categoria e a necessidade de uma forte mobilização na busca por distribuição de renda e do trabalho decente.
Realizado na noite desta sexta-feira, 29, o evento reuniu o presidente da CUT Nacional, o chefe da UNI (Sindicato Global) Finanças, além de todas as federações e representantes das principais correntes políticas com representação na categoria.
Participam da conferência 695 delegados e observadores de todo o país, que neste sábado discutirão a conjuntura nacional e o sistema financeiro e se reunirão em quatros grupos na parte da tarde.
"No ano passado fizemos a maior greve em 20 anos, com grande participação dos trabalhadores de bancos públicos e privados. Muitas avaliações que ouvi depois disseram que nossa mobilização surpreendeu todo mundo, nossa marca estava em todo o país", lembrou Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários. "Esse ano, quando o presidente do Banco Central Alexandre] Tombini faz a mesma fala que os representantes da Fenaban, de que temos que olhar a inflação futura e não o acumulado passado, fica claro que temos que nos preparar para uma greve ainda mais forte e com mais unidade."
O dirigente destacou que vivemos um "momento especial", em que o Brasil está crescendo economicamente. "O Brasil era a nona maior economia do mundo, hoje passou a sétima maior e seremos a quinta em breve. Mas ainda somos o décimo pior colocado em distribuição de renda. Queremos transformar o crescimento em desenvolvimento, com distribuição de renda, e nossa campanha tem um papel nisso", afirma.
Conferência nacional do sistema financeiro
"Temos que aproveitar o momento para intervir no debate nacional. Fizemos uma consulta que ouviu mais de 20 mil bancários e mais de 80% responderam que as reformas política, tributária e do sistema financeiro são muito importantes para suas vidas. É importante que sejamos referência para os trabalhadores nesses debates", defende Cordeiro, com foco especial nas questões ligadas ao sistema financeiro. "Essa é uma reforma fundamental e os bancários têm obrigação de liderar os trabalhadores nesse debate. Por isso, aprovamos na CUT e vamos levar ao governo Dilma a proposta de realização de uma Conferência Nacional do Sistema Financeiro, nos moldes das demais conferências setoriais que vêm sendo realizadas nacionalmente", avalia.
Para o presidente da Contraf-CUT, não é possível ter desenvolvimento com esse sistema financeiro que temos hoje. "É preciso baixar a taxa Selic e regular o sistema. Não podemos permitir que continue esse que o maior programa de transferência de renda do Brasil, o 'bolsa-banqueiro'", ironizou, lembrando ainda a importância da reforma do Conselho Monetário Nacional (CMN), para incluir representação dos trabalhadores e outros setores da sociedade.
Carlos Cordeiro destacou ainda a busca do emprego decente, nos termos defendidos pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), como meta da campanha de 2011. Essa agenda inclui, segundo Cordeiro, estabilidade no emprego, com a luta contra a rotatividade; garantia de segurança dentro das unidades bancárias; respeito à vida e à saúde, com combate ao assédio moral e fim das metas abusivas; remuneração decente, com valorização dos pisos e aumento real de salário; e previdência decente, pensando na qualidade de vida futura do trabalhador.
'Bancários são exemplo para outras categorias'
Artur Henrique da Silva, presidente da CUT, lembrou de quando, no ano passado, falava nas assembleias sobre aquela ser a campanha salarial "mais difícil da nossa vida. E a verdade é que nunca vai chegar a menos difícil porque essa é uma luta perene contra o sistema hegemônico capitalista, de mercado liberalizado". E ressaltou a volta, mais uma vez, do debate que diz que salário causa inflação. "Passamos oito anos distribuindo renda no governo Lula, com aumentos reais para os trabalhadores, e a inflação estava sob controle. Essa inflação que está aí é a da ganância do mercado financeiro. Salário não causa inflação. Estamos exigindo a nossa parte dos setores que mais ganharam nos últimos anos. Os ganhos de produtividade têm de ser repartidos com os trabalhadores."
O presidente da CUT parabenizou os bancários por incluir na campanha a agenda do trabalho decente que fala da luta pela redução da jornada, contra a terceirização que precariza as relações trabalhistas, contra a rotatividade. "Essa conferência é um exemplo do que chamamos de unidade, em que os debates, democraticamente, definem uma pauta unificada. Essa é uma categoria que dá o norte para várias outras do país."
Participam da conferência 695 delegados e observadores de todo o país, que neste sábado discutirão a conjuntura nacional e o sistema financeiro e se reunirão em quatros grupos na parte da tarde.
"No ano passado fizemos a maior greve em 20 anos, com grande participação dos trabalhadores de bancos públicos e privados. Muitas avaliações que ouvi depois disseram que nossa mobilização surpreendeu todo mundo, nossa marca estava em todo o país", lembrou Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários. "Esse ano, quando o presidente do Banco Central Alexandre] Tombini faz a mesma fala que os representantes da Fenaban, de que temos que olhar a inflação futura e não o acumulado passado, fica claro que temos que nos preparar para uma greve ainda mais forte e com mais unidade."
O dirigente destacou que vivemos um "momento especial", em que o Brasil está crescendo economicamente. "O Brasil era a nona maior economia do mundo, hoje passou a sétima maior e seremos a quinta em breve. Mas ainda somos o décimo pior colocado em distribuição de renda. Queremos transformar o crescimento em desenvolvimento, com distribuição de renda, e nossa campanha tem um papel nisso", afirma.
Conferência nacional do sistema financeiro
"Temos que aproveitar o momento para intervir no debate nacional. Fizemos uma consulta que ouviu mais de 20 mil bancários e mais de 80% responderam que as reformas política, tributária e do sistema financeiro são muito importantes para suas vidas. É importante que sejamos referência para os trabalhadores nesses debates", defende Cordeiro, com foco especial nas questões ligadas ao sistema financeiro. "Essa é uma reforma fundamental e os bancários têm obrigação de liderar os trabalhadores nesse debate. Por isso, aprovamos na CUT e vamos levar ao governo Dilma a proposta de realização de uma Conferência Nacional do Sistema Financeiro, nos moldes das demais conferências setoriais que vêm sendo realizadas nacionalmente", avalia.
Para o presidente da Contraf-CUT, não é possível ter desenvolvimento com esse sistema financeiro que temos hoje. "É preciso baixar a taxa Selic e regular o sistema. Não podemos permitir que continue esse que o maior programa de transferência de renda do Brasil, o 'bolsa-banqueiro'", ironizou, lembrando ainda a importância da reforma do Conselho Monetário Nacional (CMN), para incluir representação dos trabalhadores e outros setores da sociedade.
Carlos Cordeiro destacou ainda a busca do emprego decente, nos termos defendidos pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), como meta da campanha de 2011. Essa agenda inclui, segundo Cordeiro, estabilidade no emprego, com a luta contra a rotatividade; garantia de segurança dentro das unidades bancárias; respeito à vida e à saúde, com combate ao assédio moral e fim das metas abusivas; remuneração decente, com valorização dos pisos e aumento real de salário; e previdência decente, pensando na qualidade de vida futura do trabalhador.
'Bancários são exemplo para outras categorias'
Artur Henrique da Silva, presidente da CUT, lembrou de quando, no ano passado, falava nas assembleias sobre aquela ser a campanha salarial "mais difícil da nossa vida. E a verdade é que nunca vai chegar a menos difícil porque essa é uma luta perene contra o sistema hegemônico capitalista, de mercado liberalizado". E ressaltou a volta, mais uma vez, do debate que diz que salário causa inflação. "Passamos oito anos distribuindo renda no governo Lula, com aumentos reais para os trabalhadores, e a inflação estava sob controle. Essa inflação que está aí é a da ganância do mercado financeiro. Salário não causa inflação. Estamos exigindo a nossa parte dos setores que mais ganharam nos últimos anos. Os ganhos de produtividade têm de ser repartidos com os trabalhadores."
O presidente da CUT parabenizou os bancários por incluir na campanha a agenda do trabalho decente que fala da luta pela redução da jornada, contra a terceirização que precariza as relações trabalhistas, contra a rotatividade. "Essa conferência é um exemplo do que chamamos de unidade, em que os debates, democraticamente, definem uma pauta unificada. Essa é uma categoria que dá o norte para várias outras do país."
'Construir a unidade'
A presidenta do Sindicato de São Paulo, Juvandia Moreira, fez coro e declarou "orgulho muito grande por fazer parte de uma categoria tão forte, fruto da luta de muitos companheiros que ajudaram a construir essa unidade".
A dirigente destacou que nos últimos 15 anos as instituições financeiras foram as mais rentáveis do Brasil. "No ano passado, das dez empresas mais lucrativas, cinco eram bancos. Resultados estratosféricos que representam uma extorsão à sociedade, já que o maior spread bancário do mundo é cobrado pelos bancos brasileiros. A riqueza da sociedade brasileira está se concentrando nas mãos dos banqueiros."
Por isso, disse Juvandia, os bancários têm obrigação de discutir temas importantíssimos como os altos juros, a concentração do Sistema Financeiro Nacional, as altas receitas com tarifas que cobrem quase duas folhas de pagamento dos maiores bancos do país. E também a reforma tributária.
'Sustentabilidade do sindicato'
O bancário Marcio Monzane, novo chefe mundial da UNI (Sindicato Global) Finanças, falou da sustentabilidade. "Como a gente mede a sustentabilidade de um sindicato? Com conquista de direitos e participação. A luta não é solitária", ressaltou dizendo que todos os bancários de São Paulo, do Brasil e do mundo estão juntos. "A UNI estará lado a lado com vocês fazendo a luta da campanha."
Adriana Ronsenzvaig, secretária regional da UNI Américas, parabenizou a Contraf-CUT e os bancários brasileiros pelo papel que vêm desempenhando na construção da organização mundial da categoria e dos trabalhadores me geral. "Não podemos ser nacionais neste estágio da história da humanidade. A solidariedade não pode ser só de palavra, ela tem que ser ativa. Quero destacar o papel importante da Contraf na solidariedade e na organização das lutas de outros sindicatos na América Latina e no mundo todo. Vocês devem sentir orgulho desse papel", avaliou. Ela destacou ainda a solidariedade das Américas aos companheiros do Itaú que estão sendo demitidos.
'Ideia do Estado mínimo está falida'
Para o presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Emanoel Souza de Jesus, a luta dos bancários não pode ser apenas por questões econômicas ou corporativas. "Temos de aproveitar a Campanha Nacional para pautar temas importantes para toda a sociedade, como a regulamentação do sistema financeiro nacional. Conquistamos muitos avanços no governo Lula, mas precisamos avançar em muitas outras questões. E só conseguiremos se os trabalhadores estiverem unidos", argumenta.
A presidenta do Sindicato de São Paulo, Juvandia Moreira, fez coro e declarou "orgulho muito grande por fazer parte de uma categoria tão forte, fruto da luta de muitos companheiros que ajudaram a construir essa unidade".
A dirigente destacou que nos últimos 15 anos as instituições financeiras foram as mais rentáveis do Brasil. "No ano passado, das dez empresas mais lucrativas, cinco eram bancos. Resultados estratosféricos que representam uma extorsão à sociedade, já que o maior spread bancário do mundo é cobrado pelos bancos brasileiros. A riqueza da sociedade brasileira está se concentrando nas mãos dos banqueiros."
Por isso, disse Juvandia, os bancários têm obrigação de discutir temas importantíssimos como os altos juros, a concentração do Sistema Financeiro Nacional, as altas receitas com tarifas que cobrem quase duas folhas de pagamento dos maiores bancos do país. E também a reforma tributária.
'Sustentabilidade do sindicato'
O bancário Marcio Monzane, novo chefe mundial da UNI (Sindicato Global) Finanças, falou da sustentabilidade. "Como a gente mede a sustentabilidade de um sindicato? Com conquista de direitos e participação. A luta não é solitária", ressaltou dizendo que todos os bancários de São Paulo, do Brasil e do mundo estão juntos. "A UNI estará lado a lado com vocês fazendo a luta da campanha."
Adriana Ronsenzvaig, secretária regional da UNI Américas, parabenizou a Contraf-CUT e os bancários brasileiros pelo papel que vêm desempenhando na construção da organização mundial da categoria e dos trabalhadores me geral. "Não podemos ser nacionais neste estágio da história da humanidade. A solidariedade não pode ser só de palavra, ela tem que ser ativa. Quero destacar o papel importante da Contraf na solidariedade e na organização das lutas de outros sindicatos na América Latina e no mundo todo. Vocês devem sentir orgulho desse papel", avaliou. Ela destacou ainda a solidariedade das Américas aos companheiros do Itaú que estão sendo demitidos.
'Ideia do Estado mínimo está falida'
Para o presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Emanoel Souza de Jesus, a luta dos bancários não pode ser apenas por questões econômicas ou corporativas. "Temos de aproveitar a Campanha Nacional para pautar temas importantes para toda a sociedade, como a regulamentação do sistema financeiro nacional. Conquistamos muitos avanços no governo Lula, mas precisamos avançar em muitas outras questões. E só conseguiremos se os trabalhadores estiverem unidos", argumenta.
Augusto Sérgio Vasconcelos de Oliveira, vice-presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia e representante da CTB, focou a crise econômica mundial de 2008, que para ele revelou toda insuficiência do neoliberalismo. "Aquela ideia do estado mínimo e da autorregulamentação do mercado está falida. Hoje, a Europa e os Estados Unidos estão discutindo uma forma de controlar melhor os bancos. Aqui no Brasil, a regulamentação do artigo 192 da Constituição, que rege o sistema financeiro nacional, é condição sine qua non para resolvermos uma série de problemas."
'Luta necessária para toda a sociedade'
Para Juberlei Bacelo, presidente do Sindicato de Porto Alegre e diretor da Fetrafi-RS, "temos que colocar nas ruas uma campanha nacional que politize e que coloque em xeque esse modelo econômico hegemônico neoliberal. Nosso compromisso deve ser o de sair daqui preparados e animados para buscar a superação deste modelo. Esta luta é necessária não apenas para os bancários, mas para toda a sociedade brasileira".
'Luta necessária para toda a sociedade'
Para Juberlei Bacelo, presidente do Sindicato de Porto Alegre e diretor da Fetrafi-RS, "temos que colocar nas ruas uma campanha nacional que politize e que coloque em xeque esse modelo econômico hegemônico neoliberal. Nosso compromisso deve ser o de sair daqui preparados e animados para buscar a superação deste modelo. Esta luta é necessária não apenas para os bancários, mas para toda a sociedade brasileira".
Nessa perspectiva, Juberlei considera fundamental que a campanha tenha como ponto de pauta fundamental a regulamentação do sistema financeiro. "Temos um Banco Central que regulamenta esse sistema por meio de suas circulares, sempre atuando em favor do capital financeiro, como foi a recente medida que beneficia os correspondentes bancários. Temos que atuar para mudar esta lógica", afirma.
'Trabalhadores não podem pagar pela crise'
Idelmar Casagrande, representante da Intersindical e diretor do Sindicato dos Bancários do Espírito Santo, concorda. "Não podemos permitir que os trabalhadores continuem a pagar pela crise financeira global. Somos a categoria mais organizada deste país e ainda convivemos com problemas de assédio moral, baixos salários, discriminação por sexo, raça e deficiência, entre outras questões", afirma.
Idelmar Casagrande, representante da Intersindical e diretor do Sindicato dos Bancários do Espírito Santo, concorda. "Não podemos permitir que os trabalhadores continuem a pagar pela crise financeira global. Somos a categoria mais organizada deste país e ainda convivemos com problemas de assédio moral, baixos salários, discriminação por sexo, raça e deficiência, entre outras questões", afirma.
"Convocamos todos os bancários a não votarem nesta conferência em nada que desregulamente nossa relação com os patrões, como é o caso do Projeto de Lei (PL) nº 4330, de autoria do deputado federal Sandro Mabel (PR-GO), que escancara a possibilidade de terceirização de qualquer processo e etapa do trabalho, sem distinguir entre atividade fim e meios. "Outro projeto que precisamos barrar são as resoluções do Banco Central que permitem aos bancos substituírem agências por correspondentes bancários. Não podemos colaborar com o início do fim desta categoria", concluiu.
Luiz Cláudio Marcolino, deputado estadual em São Paulo (PT) e ex-presidente do Sindicato de São Paulo, também destacou a forte mobilização da categoria. "Hoje essas conquistas são uma realidade. Também o aumento real permanente. Essas coisas se concretizam porque conseguimos construir na prática a unidade da categoria bancária em torno da melhor proposta para responder aos anseios dos trabalhadores".
Fonte: Rede de Comunicação dos Bancários
Foto: Jailton Garcia/Rede de Comunicação dos Bancários
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